7 de março de 2017

As séries de 2016 | RETROSPECTIVA 2016 (parte 4)


Pois bem, o Carnaval já passou, o Oscar também, assim como o meu aniversário. Já exorcizei 2016 da minha vida. Contudo, espíritos com negócios inacabados insistem em assombrar as páginas deste inóspito espaço da world wide web, de forma que pendências ainda se fazem presentes e eu preciso fazer algo a respeito. Principalmente porque me impus o desafio de só escrever sobre as coisas de 2017 quando tiver finalizado a award season do blog. Então, sem mais delongas, senhoras e senhores, se preparem: peguem a prataria, o sal e os isqueiros e venham comigo abrir uns caixões para a gente queimar uns restos mortais! coloquem seus figurinos de gala, estourem a champagne e coloquem We are the champions para tocar! Com vocês, a quarta (e última!) parte da Retrospectiva  2016, também conhecida como a retrospectiva de séries.
Disclaimer: de forma alguma fui capaz de acompanhar todas as séries que chegaram ao catálogo da Netflix em 2016 ou as estreias da Fall Season americana. Seria uma tarefa inviável! Assim, acho importante destacar que a retrospectiva traz as séries que eu assisti em 2016 e que, de alguma forma, marcaram o meu ano e merecem algum destaque nesta singela publicação.

Séries assistidas em 2016
Black Sails (1ª e 2ª temporadas) | Downton Abbey (6ª temporada) | Marco Polo (2ª temporada) | Game of Thrones (6ª temporada) | Orphan Black (4ª temporada) | Pretty Little Liars (1ª - 6ª temporadas) | Full House (1ª - 5ª temporadas) | Fuller House (1ª e 2 ª temporadas) | Stranger Things (1ª temporada) | The Flash (1ª parte da 3ª temporada) | Supernatural (11ª temporada e 1ª parte da 12ª) | Supergirl (1ª temporada) | Gilmore Girls: A Year In a Life | Doctor Who: The Return of Doctor Mysterio (especial de Natal de 2016)

Só vi o 1º episódio, mas gostei e quero prestigiar em 2017

Não vou mentir, sou completamente vendida pra essas histórias de realeza britânica, cheias de glamour, figurinos bonitos, regras de etiqueta e vários dramas familiares. Assim, já amava a proposta de The Crown antes mesmo de começar a assistir. Aí, quando soube que o Matt Smith estava no elenco, nem pensei duas vezes antes de adicionar a série na minha grade. Chegou o fim de semana de estreia, todo mundo no meu feed do Twitter estava assistindo, comentando e amando incondicionalmente e eu...perdi a vontade de ver. Não pelo hype, mas porque a vida tem dessas mesmo. Tava mais interessada em outras séries e, apesar de ter adorado o primeiro episódio e de ter planejado assistir ainda em 2016, não deu tempo e agora a série está nas metas de 2017.

Plot rocambolesco, porém impossível de largar

Não poderia ser outra série que não Pretty Little Liars. Caso você não esteja familiarizado com a premissa desta grande pérola da TV teen norte-americana, pegue a minha mão que eu vou te explicar brevemente: cinco amigas, uma delas morre e ninguém sabe quem é o assassino. As outras começam a ser ameaçadas por uma pessoa misteriosa - possivelmente o assassino - que sabe vários segredos sobre elas, que acabam envolvidas em uma teia de mentiras para se proteger. As situações que essas garotas vivem são surreais, os adultos dessa série são os mais incompetentes da face da Terra, há uma quantidade considerável de assuntos para problematizar e nada - absolutamente nada - faz sentido. Juro juradinho que mais rocambolesco, impossível. É o tipo de série muito absurda, mas também muito divertida e que, às vezes, de tão ruim, fica boa. Apesar do plot completamente impossível, fui completamente cativada pelo squad formado por Hannah, Spencer, Aria e Emily. E também pelos dramas de suas vidas adolescentes (os que não envolvem um assassino misterioso).

Tinha tudo para dar errado, mas deu muito certo

Black Sails é uma série sobre piratas do século XVIII e que, na verdade, funciona como uma prequel do clássico literário A Ilha do Tesouro, de Robert Louis Stevenson. Pensei com meus botões: é uma cilada, Bino! Obviamente, comecei a assistir. Obviamente, comecei a amar. Adoro embarcar em umas canoas furadas (RISOS). Mas, na real, não há nada de embarcação fadada ao fracasso em Black Sails, muito pelo contrário. Estamos falando de uma super produção, cheia de intrigas, motins, aventura, dramas, tesouros, romances, ação, interesses desconhecidos, etc. Ou seja, tudo o que eu, entusiasta-de-histórias-de-pirata-mas-que-pouco-sei-sobre, busco nesse tipo de proposta. O mais legal é que, por meio da série, a gente consegue entender um pouco do que significava ser pirata naquela época. Muitos dos personagens tem posturas bastante questionáveis, mas quando somos apresentados às suas perspectivas, conseguimos compreender um pouco de suas ações. Várias cenas de mar azul e cristalino, um plot legal, o Capitão Flint - um personagem absurdamente complexo e cheio de camadas, exatamente do jeito que eu gosto - e uma versão jovem e malandra de Long John Silver - com quem é meio impossível não simpatizar de alguma forma.

Previsível, mas boa

A 6ª temporada de Game of Thrones, que nos agraciou com tudo aquilo que qualquer pessoa que especula um pouquinho sobre o enredo da série conseguiu prever. Ou quase isso, porque eu realmente fiquei bugada com o lance do Hodor, que de forma alguma consegui imaginar (e compreender). Ainda assim, considero a temporada uma das melhores porque 1) senti que o uso da violência foi mais equilibrado e 2) foi ótimo, pelo menos uma vez, poder ver as coisas dando certo para aqueles que a gente ama e que queremos ver felizes, né? A gente esperou muito por isso, muito mesmo! Adorei especificamente o núcleo de Winterfell - e já tô tensa pelo que virá - e do menino Bran. Também fiquei bastante grata pelo núcleo da Dany finalmente ter saído do lugar.



Bate-bola

O ship: Haleb, ou apenas Hanna Marin e Caleb Rivers para os não iniciados no fandom de Pretty Little Liars. Ainda não comecei a 7ª temporada e tô profundamente abalada pelas reviravoltas que aconteceram na temporada anterior. Aos interessados, sou Team Haleb all the way.

A season finale: Gilmore Girls: A Year In a Life, pois de forma alguma poderia estar preparada para aquelas quatro palavras. Três meses depois e continuo meio sem reação.

O personagem favorito: Dean Winchester, porque sim. Porque sempre que tem Supernatural, Dean Winchester é o personagem preferido. E não dá nem para reclamar, já que ele tá sempre (leia: sempre mesmo) disposto a se sacrificar para salvar o mundo de algum destino absolutamente terrível. Eu amo o Dean. 

A personagem que eu queria ser: Eleven (Stranger Things), pois o sonho da minha vida de criança era ser parte de uma galerinha da pesada que apronta altas confusões,  tipo os Goonies. E adoraria ter aqueles poderes doidões dela.

O mais chato: Metatron, porque qualquer personagem chato fica legal se o Metatron também estiver na lista. O nome é ridículo, ele é ridículo e, sinceramente, Supernatural só tem a ganhar com a sua saída (Chuck permita que dessa vez seja definitiva, pfvr!).

Os mais engraçados: Stephanie Tanner (Full House) e Dustin Henderson (Stranger Things), porque 2016 foi um ano tão bad vibes que só o humor ingênuo e infantil para aliviar a ansiedade. E porque eu sou besta mesmo e encontro uma graça absurda em piadas de/para crianças.

Os mais identificáveis: Dean Winchester e Jonathan Byers (Stranger Things), porque eu sou irmã mais velha e sempre me identifico com essa coisa de proteger os irmãos mais novos. E a Rory Gilmore por motivos de sou millennial.

In Memorian

Downton Abbey, que nos deixou depois de seis temporadas. E a sua despedida não foi nada abaixo do esperado: muito drama, muitas lágrimas, muitas emoções, muitas felicidades, muitas tristezas, muitas mudanças, etc. Uma das coisas que mais gosto na série é o tom realista; a gente assiste e entende que é uma série sobre a vida, com suas doses de alegrias e mazelas nem sempre proporcionais. E a última temporada só reafirmou tudo isso. Por ora, vamos dizer que é uma despedida e apenas torcer para que seja uma mentira e que os rumores de um filme sejam reais.

Marco Polo, que depois de duas temporadas e um episódio prequel especial, foi cancelada pela Netflix para a tristeza desta que vos escreve. Fico boladíssima com o fato de que jamais saberei o que será daqueles personagens depois da finale tensa da 2ª temporada. Outro aspecto que aumenta a minha tristeza é o fato de que a série foi interrompida justo agora que parecia ter se encontrado - tanto em ritmo, quanto em abordagem e exploração de personagens e universo estabelecido. Ainda tô aqui na torcida por pelo menos um filme para encerrar a história, mas acho que não vai rolar. Em todo caso, façamos um minuto de silêncio por sua morte prematura. R.I.P., Marco Polo.


A menção honrosa

Orphan Black, apenas porque esqueci dela quando pensei nas ~categorias~ da retrospectiva e precisei dar um jeito de mencioná-la, já que estamos falando de uma das minhas séries preferidas atualmente. Vejam bem, a 4ª temporada da série foi transmitida entre abril e junho do ano passado, muitas coisas aconteceram, muitas outras séries foram assistidas e a minha memória tá fraca. Ainda quero rever alguns dos momentos marcantes para me preparar para a 5ª e última temporada que estreia em breve. Por ora, apenas direi que, como sempre, Orphan Black entregou uma temporada empolgante, com várias reviravoltas, momentos de tensão e, claro, o clone club de sestras. Também teve aquela boa dose de humor e Tatiana Maslany sendo nada menos que incrível.

Orphan Black, você é ótima e merece muito mais do que esse parágrafo escrito porcamente. Prometo melhorar, não desista de mim.

A surpresa
Stranger Things, que eu não fazia a menor ideia do que era até entrar na Netflix um dia antes da estreia e ficar completamente fascinada pela proposta. Como todos, assisti a temporada completa em menos de uma semana (eu me controlei, porque dava para ver bem mais rápido) e, obviamente, fiquei obcecada. Respirei Stranger Things por meses e juro que só não assisti tudo de novo um milhão de vezes porque 1) sou uma eterna procrastinadora e 2) queria tirar o atraso de outras séries. Mas esse rewatch vai acontecer porque a série merece. Tudo, absolutamente tudo, em Stranger Things é maravilhoso (e até aquilo que não é, fica maravilhoso, pois óbvio) e me faz ficar extremamente nostálgica pelos meus tempos de pequena criança hobbit que assistia Sessão da Tarde. Adoro o núcleo das crianças (meu preferido), o núcleo dos xófens (#TeamJonathan) e o núcleo dos adultos (Winona diva da minha infância, xerife melhor xerife). Tudo na série berra Steven Spielberg e eu só queria muito que este senhor diretor se convidasse para dirigir um episódio. Sdds, filmes do Spielberg. Só tenho altas expectativas para a próxima temporada que, felizmente, foi confirmada para o Halloween de 2017.

Meu mantra
Dustin é a melhor criança 
Dustin é o melhor amigo


Quentinho no coração

Full House
e Fuller House, que me fazem sorrir e chorar com os acontecimentos da vida dos Tanner-Katsopolis-Fuller-Gibbler-Gladstone. Assim como Stranger Things, as duas séries têm aquele quê de nostalgia e acho que é por isso que elas se transformaram em uma das minhas principais fontes de good vibes em 2016. Por mais piegas que algumas cenas sejam e que tudo se revele super brega, o saldo final é sempre de conforto porque nada dá errado nessas séries. Todo mundo é feliz, todo mundo se respeita, todo mundo se ama. Todo mundo é gentil. Melhores séries.

The Flash e Supergirl, porque em tempos trevosos e cheios de amargura é preciso de um incentivo para restaurar a fé na humanidade e acho que Barry Allen e Kara Danvers são excelentes role models. É tanta tragédia e ingratidão na vida desses dois, que eu acho louvável que eles consigam ser bons. E não é apenas bondade, os dois têm uma graça, um jeito tão adorável de ver a vida que, sério, sinto vontade de abraçá-los o tempo todo e dizer que vai ficar tudo bem, que eles não precisam ser tão inseguros. Eles são incríveis.

Doctor Who: The Return of Doctor Mysterio, porque é óbvio que Doctor Who ia me deixar com sensação de quentinho no coração. E também porque ficar com o coração aquecido é a única reação possível à um episódio da série depois de sobreviver a um ano inteirinho sem acompanhar o Doutor vivendo suas aventuras no tempo e no espaço. Principalmente se considerarmos que seu retorno ocorreu com um especial de Natal e com uma história cheia de referências à super-heróis e histórias em quadrinhos. Em 2017 vai ter temporada nova, companion nova e regeneração. Já tô sofrendo por antecipação, mas com muita felicidade porque eu estava morrendo de saudades do Doutor.

A melhor, a maior (literalmente!!!), a mais importante série do ano

SUPERNATURAL
. Porque sim, porque óbvio, porque jamais poderia ser diferente. Sinceramente, acho que já deixei claro para todos que sou uma grande entusiasta da saga de Sam e Dean, mas não posso evitar: é a minha série preferida desde que eu tinha 15 anos e só no ano passado me lembrei deste fato. A série foi essencial para que eu conseguisse manter a sanidade, não só porque tem uma proposta muito boa e personagens excelentes, mas porque dá para traçar vários paralelos com a vida real. Todos nós temos nossos monstros interiores, nossos fantasmas com negócios inacabados e nossos demônios contra os quais lutar; e assim como os irmãos, a gente faz o que pode para salvar o mundo de forças sobrenaturais get out shit together.

E, claro, as temporadas da vez trouxeram plots ótimos. Gostei do tom mais épico do arco da 11ª temporada, com os irmãos precisando impedir uma ameaça de proporções bíblicas como a Escuridão e, principalmente!, o fato de Deus FINALMENTE ter dado as caras para explicar o porquê de todas as bostas com as quais precisamos lidar. Entre as minhas coisas preferidas da temporada (e da série) está a lindíssima cena com Rob Bennedict cantando Fare Thee Well. Foi incrível e eu adoro quando a série consegue me emocionar mesmo depois de tantos anos. E a 12ª temporada - que ainda está em andamento - também começou bem, lidando com o super plot twist da finale anterior, apresentando novos ~obstáculos~ na vida dos irmãos e retomando um pouco aquela atmosfera de caso da semana das primeiras temporadas, acompanhada por uma excelente escolha de músicas (a season premiere teve Solitude, do Black Sabbath!). Enfim, Supernatural é a melhor série. Sam e Dean são melhores pessoas.