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29 de setembro de 2020

Em 2020, comecei a ouvir BTS

(ou: um guia para a minha jornada ARMY que pode funcionar para você também!)


É uma verdade quase universalmente desconhecida que o ano de 2020 se tornou o ano em que eu comecei a ouvir BTS. Começou de forma completamente inofensiva, com a minha irmã me enviando um vídeo de performance do grupo no programa do Jimmy Fallon, seguido do videoclipe da mesma música e, no dia seguinte, o vídeo da participação no Carpool Karaoke do James Corden. Era a segunda semana de março, a quarentena estava começando. Obviamente, não passei os últimos anos vivendo debaixo de uma rocha e é claro que já tinha ouvido falar de BTS e k-pop, conhecia por alto os nomes de dois integrantes e até já conhecia duas ou três músicas. Mas eu só estava observando à distância. Havia certa curiosidade, mas ao mesmo tempo havia aquele estranhamento e um certo receio de que não seria algo para mim.

Mas é claro que eu estava enganada e o universo só estava esperando o momento oportuno para me contar. E foi assim que, no primeiro fim de semana da quarentena, eu e minha irmã fizemos um intensivão e maratonamos praticamente todos os videoclipes e performances recomendados pelo robozinho do YouTube, aprendemos os nomes de cada um dos sete integrantes, assim como suas histórias, seus signos, seus hobbies, suas personalidades e, claro, qual papel cada um desempenha dentro da instituição BTS. Em menos de 48h fui invadida por aquela mistura muito louca de alegria alucinada e vontade de voar. O tipo de coisa que você sente quando encontra o Peter Pan e ele te convida para ir para a Terra do Nunca. Eu voltei a acreditar em unicórnios


De lá pra cá, não confirmo e nem nego que já tenha assistido um número constrangedor de compilações de fãs no Youtube (essa aqui é um ótimo guia para quem quer entender o que é o BTS de forma direta e simples), lido uma biografia do grupo, passado duas madrugadas acordada assistindo os shows da Bang Bang Con (obrigada pelos mimos, BigHit), investido uma quantidade considerável de tempo analisando cada um dos integrantes com o objetivo de decidir o famigerado bias e, claro, tenha gastado dinheiros comprando Funko e caneca temática da mixtape do bias (J-Hope, você é tudo para mim <3). Se alguém tivesse me contado que uma das minhas maiores fontes de alegria no ano em que completei três décadas de existência neste planeta esquecido por Deus no meio de uma pandemia seria uma boyband sul coreana, eu não teria acreditado. Mas essa é a beleza da vida, meus caros: ela sempre pode nos surpreender. Assim, com o intuito de registrar esse momento mágico em meio ao caos em nossas vidas, eu e minha irmã decidimos fazer um desafio de 30 dias com BTS nos stories do Instagram - só entre nós e de forma privada. A brincadeira aconteceu entre os dias 23 de abril e 24 de maio e foi uma das coisas mais divertidas do ano. Definitivamente, uma boa válvula de escape durante esses tempos tristes e difíceis. 

Como eu levo esse tipo de coisa muito a sério e realmente pensei nas minhas respostas, não queria depender apenas do Zuckerberg para ter algum registro desse momento na minha vida musical. Por isso, decidi transportar o desafio para o meu blog, aproveitando que a plataforma do Blogger tem mais recursos para ~enriquecer~ a experiência de quem eventualmente leia este post - ou apenas a Michelle do futuro. Assim, deixarei links para as músicas, para os videoclipes (conhecidos como MV no universo k-pop), performances ao vivo e para qualquer outra coisa que eu ache necessário, ok? Com o passar dos meses, algumas das minhas respostas foram mudando, mas preferi conservar as minhas escolhas originais. Ah, e como o BTS optou por lidar com a pandemia produzindo músicas novas e se adaptando a esse novo modo de ser artista em 2020, vou deixar alguns links de coisas feitas nos últimos meses no final do post.

Agora, sem mais delongas, se acomodem em posições confortáveis e peguem seus fones de ouvido. Senhoras e senhores, bem-vindos ao mundo de Bangtan Sonyeondan!


A primeira que ouvi
FAKE LOVE. Ouvi pela primeira vez em 2018, quando o MV foi lançado e lembro de ver uns surtos na minha timeline do Twitter. Não vou mentir, meu coração já sentiu algo naquela ocasião, mas não persisti e segui amando essa música de forma mais contida durante os anos que se seguiram.

Me fez virar Army
Make It Right. Gostei logo que ouvi pela primeira vez e senti que havia algo de familiar, aí descobri que o Ed Sheeran esteve envolvido na faixa. A apresentação no The Late Show with Stephen Colbert em 2019 foi quando comecei a perceber que eu tinha um potencial bias.

Que me anima
DNA. Tudo, absolutamente tudo!, nessa música me anima. A batida, a melodia, o refrão, o MV, as cores, os figurinos, tudo!

Que me faz chorar
Nenhuma me faz chorar ainda, mas Spring Day me deixa bem melancólica.
  • Versão em estúdio (Adoro a voz do Namjoon cantando, queria mais músicas dele cantando)
  • MV 
  • Comeback Stage em fevereiro de 2017 (sigo sem compreender o porquê de o J-Hope ter sido esquecido na versão em estúdio, mas fico feliz que pelo menos ao vivo ele tem participação. E, mesmo amando a voz do Namjoon, acho que a versão do Hobi ficou linda também).

Uma da vocal line

The Truth Untold. Não sei o que dizer, só sei sentir. OS. SENTIMENTOS. SÃO. OS. ÚNICOS. FATOS.

Um rap favorito


Não vou mentir, apesar de amar demais a vocal line, a rap line é uma das minhas coisas preferidas de todo o BTS e, de todas as músicas dela, Tear é a que mais me deixa hipnotizada. Eu não entendo absolutamente nada de coreano, mas mesmo assim fico impressionada com a emoção que a música passa e dá pra sentir a angústia dos três, principalmente do Hoseok no final. Aliás, são em momentos como as performances ao vivo de Tear que me lembro do porquê de ele ser o meu bias.

Me acalma
Mikrokosmos. Essa música me passa uma vibe muito boa e me deixa sempre muito tranquila e em paz depois que ouço. Não procurei a letra para saber exatamente sobre o que eles estão cantando, mas os poucos trechos em inglês me fazem pensar que essa é uma música sobre os pequenos universos que criamos com aqueles que são importantes para nós e que, muitas vezes, quando o mundo parece estar acabando, ter essas pessoas ao nosso lado já basta. Gosto de pensar que é sobre a relação dos membros entre si, mas também sobre eles e seus fãs. E, claro, cada pessoa que ouve pode atribuir o seu próprio significado. 

Meu "Outro" favorito
Ego. Primeiro solo do J-Hope que eu ouvi e, se antes disso eu ainda não tinha definido qual integrante era o meu bias, essa música e esse clipe desempenharam um papel importante na decisão. A música é toda dançante (óbvio), alegre e alto-astral. E, ao mesmo tempo, é uma mistura de muitas coisas. É meio frenética, é meio confusa, é meio doida. A letra é outro ponto forte, pois adoro composições que parecem narrativas e são mais confessionais. É o J-Hope refletindo sobre a sua vida e trajetória até o presente e o que ele pretende fazer e quem ele pretende ser agora. O clipe dessa música só amplia tudo que a música sozinha já é capaz de fazer. Dentro da discografia do BTS, ela também é uma das faixas mais diferentes. Eu realmente adoro essa música e o que ela representa dentro do Map of The Soul: 7, tanto para a história do BTS, quanto para a história do Hoseok. Uma bela forma de encerrar um álbum.

Minha "Intro" favorita
Persona. A faixa que deu início à série (?) Map of The Soul, composição do líder do BTS, Kim Namjoon. É claro que tinha que ser ele. No projeto que é uma grande celebração do grupo, sua trajetória, suas conquistas e seu legado, nada mais poético do que a faixa de abertura ser do primeiro membro do grupo, além de principal letrista. Eu adoro como essa música gruda na cabeça, adoro que ela é uma reflexão do Namjoon sobre seu papel como idol, como pessoa com bastante visibilidade e influência e, claro, como líder do maior grupo do mundo no momento. Adoro ainda mais que ele simplesmente deixa de quebrar a cabeça tentando entender quem ele é para focar no que ele quer fazer. Basicamente, não importa como ele vai se chamar e qual é a persona que ele vai assumir, desde que ele possa continuar impactando e ajudando pessoas com a sua música. 

Sei cantar
Heartbeat, a música do jogo BTS World. Sim, eles têm um jogo para celular e eles fazem músicas para a trilha sonora do jogo. Eles trabalham demais. Só sei cantar de verdade a parte do RM, mas é porque ela é toda em inglês (risos). Mais uma vez preciso dizer que amo a voz do Namjoon quando ele está cantando. Por um mundo com mais solos cantados do Namjoon.

Me descreve
I'm Fine. Uma música sobre se sentir bem após encontrar o amor-próprio, sobre saber que para ficar bem não se precisa necessariamente de alguém (seja de forma romântica ou não). Ao mesmo tempo que os meninos soam bastante seguros e confiantes, em alguns momentos parece que estão dizendo essas coisas como uma afirmação para si mesmos. Uma coisa meio fake it until you make it. Porque é aquilo, né, não é uma tarefa fácil se amar, mas a gente tem que acreditar que pode fazer isso. É uma música otimista.

Uma do Hoseok (J-Hope)
Intro: Boy Meets Evil. A música responsável por fazer Jung Hoseok meu bias e, de forma geral, um dos meus artistas preferidos da vida. O que mais gosto nela é que aqui a gente consegue se afastar um pouco daquele lado mais solar, palhaço e espalhafatoso do J-Hope para vislumbrar um pouco do cara real por trás da persona. A faixa abre o Wings, um álbum que achei bem sombrio e pesado e, justamente por isso, sinto que Boy Meets Evil cumpre bem a sua função. Amo que a música oscila entre agressividade e suavidade por meio do rap e dos vocais cantados no refrão. Adoro que a coreografia consegue captar tudo isso. Adoro que a música mostra toda a versatilidade do Hobi. Tenho para mim que durante a fase Wings, ele foi meio que o líder eleito pela necessidade dentro do grupo, que não estava em seu melhor momento (o discurso dele em um dos shows da turnê e também o clipe de We Are Bulletproof: The Eternal me fazem pensar isso). Adoro também que o MV inicia com o Namjoon lendo uma citação do livro Demian, do Herman Hesse (que não li, mas pretendo).

Sei dançar
Go Go. Não sei dançar nenhuma, mas essa tem uns passos que dá para imitar. Tudo, absolutamente tudo nessa música me faz pensar em zoeira. Essa música é uma zoeira sem fim, assim como sua coreografia. Eu adoro essa música.

Unit favorita
Friends. Eu AMO esse dueto do Tae e do Jimin! A amizade dos dois é uma das mais marcantes do grupo e acho lindo que eles fizeram uma música sobre isso justamente quando o grupo completa sete anos de carreira e já passou por tanta coisa. Apesar de os dois terem vozes bem diferentes, nessa música elas combinaram perfeitamente e o resultado é uma música delicinha de ouvir.

Um cover do JK
Lost Stars. É uma verdade quase igualmente desconhecida o fato de que eu não suporto a voz do Adam Levine. Então, obrigada por salvar a música, Jungkook. 

Não gostava muito e agora amo
Mic Drop. Não é que eu não gostasse dessa música, é só que eu não estava nem aí para ela. Até que um dia resolvi prestar atenção e percebi que essa música é muito boa. Essa música é ótima. Essa música é perfeita. Essa música é uma das melhores que ouvi nos últimos anos. Sério, ouçam essa música.

Uma do Taehyung (V)
Inner Child. Acho que o Tae é um dos integrantes mais fascinantes do grupo e a voz dele é, definitivamente, a mais distinta para mim. É uma voz bem diferente e na hora que ele começa a cantar, a gente já sabe que é ele. Foi realmente difícil escolher um solo dele, porque gosto de todos, mas Inner Child acabou ganhando por ser a mais recente e também porque eu acho muito fofo ele escrever uma música para ele mesmo quando era criança e enfrentava dificuldades. O Tae batalhou muito para estar onde está e ele merece demais todo o reconhecimento que tem. A sonoridade synthpop também contribuiu para que eu escolhesse essa música. E aqui, mais uma vez, fico bem chateada com o corona que não nos permitiu assistir performances ao vivo do V cantando essa belezinha. 

Me lembra meu bias
Anpanman. Bias nada mais é do que o seu integrante preferido em um grupo de k-pop. No meu caso, como já mencionei, meu bias do BTS é o J-Hope. E entre as muitas músicas do grupo, incluindo os solos e composições dele, a música que mais me lembra ele é justamente uma na qual ele não teve nenhum envolvimento criativo. Às vezes isso acontece, mas não importa porque Anpanman é uma das músicas mais J-Hope de todo o BTS e quem discorda está errado. O tal do Anpanman no título é um super-herói de um anime bastante popular lá no Japão (e imagino que na Coreia do Sul também) e que faz parte do imaginário infantil. Na letra os meninos cantam sobre esperarem o Anpanman, um super-herói, e meio que aceitarem ocupar esse papel na vida dos fãs ou deles mesmos; e que mesmo que as coisas fiquem ruins eles continuam seguindo em frente como os meninos à prova de bala que sempre foram. Acho que é isso. É óbvio que essa música vai me lembrar do integrante que decidiu se tornar um símbolo de esperança. Além disso, a música tem uma atmosfera muito alegre e vibrante, que é potencializada durante as apresentações ao vivo, quando os meninos parecem estar apenas brincando e se divertindo; principalmente o Hobi, que, entre muitas funções, também desempenha o papel de raio de sol oficial do BTS. J-Hope, já te falei que você é tudo para mim? Você é tudo para mim.

Uma do Namjoon (RM)
Intro: What Am I to You. A primeira vez que ouvi essa música foi durante a Bang Bang Con em abril e nunca vou me esquecer do impacto. Namjoon não se chamava de Rap Monster à toa e, por mais que o nome artístico seja too much (e ele mesmo já admitiu isso), vendo essa apresentação a gente meio que passa a considerar o nome justificável. O mais impressionante é que demorei uns instantes para perceber que ele estava completamente sozinho no palco durante a apresentação e tinha milhares de pessoas assistindo e ele estava com cada uma dessas pessoas na palma da mão dele. Essa música me fez entender a presença que é o Namjoon. Ele é um líder, sem sombra de dúvidas. Mas, mais que isso, me arrisco a afirmar que ele é a alma do BTS. Cada um dos outros integrantes tem um pedacinho dele também. Sobre a música, digo que What Am I to You passa longe do RM good vibes, intelectual eloquente e paizão dos outros integrantes. Aqui ele é um cara que está profundamente abalado pela crush que não está mais dando bola para ele e não responde as suas mensagens e a situação toda faz ele se sentir um lixo. Namjoon está boladão e a gente sente o seu sofrimento.

Merece um MV
Dionysus. Essa música é completamente diferente de tudo que já ouvi, ainda que tenha elementos familiares. A letra fala sobre estar ou ficar bêbado, mas não necessariamente apenas de álcool. É também sobre fama, arte, sucesso, trabalho e, para quem acompanha, sobre consumir tudo isso. Há também umas referências ao deus grego Dionísio. Tem muita coisa acontecendo nessa música e as performances deixam tudo ainda mais frenético. A presença de palco de todos os integrantes é absurda, especialmente da rap line. É uma ótima música, com uma ótima coreografia e acho que seria bem legal se tivesse um MV com um conceito meio Grécia Antiga para acompanhar. 

Um solo do Jimin
Lie. Jimin é, para mim, um dos integrantes mais marcantes do grupo. Digo isso porque a sua evolução e transformação enquanto artista ao longo dos anos é uma das mais fáceis de notar uma vez que você começa a prestar atenção no BTS. O talento do Jimin sempre esteve presente desde o debut, mas acho que ninguém estava preparado para o que veio na fase Wings. Ouso dizer que a era é até hoje a mais ousada do grupo, aquela que proporcionou uma possibilidade de mostrar algo diferente ao mesmo tempo em que retratava uma busca por um novo caminho. É uma fase de transição, reflexão e de libertação - pelo menos é assim que eu enxergo - e dos solos, creio que o do Jimin é o que melhor representa esses elementos. A música começa de um jeito meio misterioso e dramático e vai evoluindo de forma bem envolvente. Gosto muito dos vocais e da maneira como ele canta, principalmente no refrão. Jimin consegue transmitir toda a sensação de desespero e angústia que a música carrega.

Quero na tour
Silver Spoon. Não sei explicar, só sei sentir. Essa música é ótima, é zoeira, os meninos estão o puro sarcasmo e isso se reflete até na coreografia. Já é bem legal assistir as performances de Silver Spoon da época em que foi lançada, mas as mais recentes ganham um peso ainda maior quando a gente sabe de tudo o que os integrantes passaram para chegar onde chegaram. Mas sério, essa música é uma farofada sem fim. AMO DEMAIS e quero em todas as tours do mundo pós-pandemia.

Solo do Seokjin (Jin)
Moon. Jin é o visual do BTS, mas ele é muito mais do que apenas um rostinho bonito. Com um ótimo senso de humor, ele não demora muito para cativar os novos fãs. Até nas entrevistas internacionais nas quais ele não sabe muito bem como se comunicar, ele encontra uma forma de espalhar seu amor e aquecer os nossos corações. Apesar de ser um dos mais brincalhões e um amado fake maknae, como membro mais velho, ele sabe os momentos em que precisa impor respeito e mostrar seriedade e isso fica evidente nos seus solos. Tenho para mim que o Jin é o integrante mais romântico e, por isso, ele sabe entregar baladas emocionantes e cheias de sentimento. Seus solos são sempre os meus preferidos nos shows, pois suas performances são sempre perfeitas e deixam um impacto duradouro em quem assiste. Como gosto de todos, foi difícil escolher um solo preferido, mas escolhi Moon por ser o mais recente e também mais animado. Sinto que o Jin é o integrante com um gosto musical mais parecido com o meu, porque essa música me passa uma vibe One Direction muito boa e a letra é lindinha, romântica e cheia de metáforas com a Lua, a Terra e as estrelas.


Não ouço faz tempo
  • Ma City - amei instantaneamente e já considero pakas, vai para a minha playlist de verão. (Versão em estúdio)
  • Blood Sweat & Tears - UM HINO perfeito, sem defeitos, jamais errou. (Versão em estúdio)
  • Boy In Luv - eu sou muito vendida para o BTS adolescente rebelde e com jeito de emo. (MV Choreography Version)


Solo do Yoongi (Suga)
Interlude: Shadow. Suga é o pisciano do grupo e por isso gostei dele instantaneamente, mas entendo quem se intimida em um primeiro contato. Apesar da aparência fofa, ele é o que poderíamos chamar de savage. Por vezes meio azedinho, ele é direto e fala o que pensa. Suga é sincerão e adoro isso na personalidade dele. É muito complicado se manter autêntico quando se é jovem, ambicioso e parte de uma indústria que tem a tendência de abolir qualquer traço de originalidade dentro de você. Assim como Namjoon, Suga veio do cenário do rap underground e acho que nem nos seus piores pesadelos adolescentes imaginou que faria parte de um grupo idol, então foi muito difícil lidar com a sensação de que estava traindo a si mesmo no início da carreira do BTS e ele nunca escondeu que era assim que se sentia e até fala sobre isso em suas músicas. Assim, gosto muito da reflexão que ele se propõe em Shadow enquanto analisa seus sete anos de carreira, suas conquistas e sonhos realizados, ao mesmo tempo em que conclui que a fama, o sucesso e o dinheiro não resultam necessariamente em felicidade. Suga chegou ao topo e não gostou tanto assim do que encontrou, apesar de não se opor ao conforto e aos privilégios que o seu estilo de vida lhe propõe. Ele também não faz questão de esconder isso dos fãs e isso me faz respeitá-lo ainda mais.

Uma das principais características do BTS é o fato de que eles falam sobre o que sentem e mostram suas vulnerabilidades. Suga, por lidar há anos com depressão, fala sobre isso nas suas músicas. Parte do que me faz amar Shadow - a melhor música do Map of The Soul: 7 e quem discorda está errado - é a fragilidade que Yoongi mostra ao admitir que sente medo de estar na posição em que se encontra e, ao mesmo tempo, sente medo de perdê-la também. E apesar disso, ele segue em frente porque sabe que é isso que ele precisa fazer porque a sua música e a mensagem que ele transmite com a sua arte ajudam milhares de pessoas pelo mundo e isso já é o suficiente para ele. Suga tem um coração de ouro. <3


Me inspira

ON. A música que conheci quando a quarentena começou e me fez ouvir BTS de verdade. Lembrando disso agora, quase sete meses depois, começo a achar tudo bastante poético. Como mencionei acima, uma das principais características do grupo é a sinceridade com a qual eles falam sobre seus problemas, angústias e desafios lidando com a própria saúde mental. Em ON, mais uma vez, os integrantes se mostram vulneráveis, reconhecem que a dor está presente e, mesmo que ela desapareça, pode sempre voltar. E quando voltar, eles estarão preparados para lutar com a cabeça erguida, pois são os garotos à prova de balas e nada pode derrubá-los. É uma música poderosa, que nos faz acreditar que podemos enfrentar o que quer que seja que apareça em nosso caminho. Fico feliz que seja um dos lançamentos mais recentes do grupo e que, mesmo sem a intenção, acabou se tornando um conforto para todo mundo (acho que até para os BTS) durante a pandemia. Por conta da situação do planeta, não pudemos assistir à nenhuma performance da música em turnê, mas como o grupo esteve nos Estados Unidos pouco antes do início do isolamento social, temos a performance no The Tonight Show para nos consolar enquanto dias melhores não chegam.

(Podemos combinar de fingir que o feat. com  a Sia nunca aconteceu?)

Solo do Jungkook (JK)
Euphoria. O álbum Love Yourself: Answer é o meu preferido do BTS e não consigo pensar em uma música melhor para abrir o disco e dar o tom do que vamos encontrar por pouco mais de 60 minutos. Sonoramente, é uma faixa mais tranquila e que traz vocais mais suaves do Jungkook. É impossível ouvir e não se deixar invadir por uma sensação de paz e good vibes. A letra é poética e meio enigmática, fala sobre se sentir em um estado meio de sonho e vagar em busca de alguém que lhe causa euforia. A vida dos idols é bastante reservada e não temos muitas informações que ajudem a interpretar as letras das músicas, a não ser que eles compartilhem. Então só resta especular. É possível que ele esteja falando sobre ter encontrado alguém em meio à vida agitada e ocupada que leva e que essa pessoa é alguém com quem ele pode ser ele mesmo e viver em uma utopia. Há também a possibilidade de ele estar cantando para os fãs. Todo mundo que começa a acompanhar o grupo e a pesquisar mais sobre os integrantes acaba descobrindo que o Kookie ama os fãs (ele tatuou ARMY no corpo dele, gente!) e as performances de Euphoria na turnê Love Yourself mostram isso. O estilo de vida popstar é bastante solitário e é natural que os artistas anseiem por encontrar alguém que os entenda e os aceite como eles são de verdade. Fico feliz que o Jungkook, que começou a sua carreira tão jovem e sacrificou toda a sua adolescência por trabalho, tenha encontrado essa (s) pessoa (s) com quem se sente seguro e eufórico. Jeon Jungkook é o nosso golden maknae, um tesourinho da humanidade e merece o mundo. <3


MV favorito
  • FAKE LOVE (Extended Version) - de novo no desafio porque é a minha música favorita e o clipe da versão rock é o melhor de todos;
  • Spring Day - esse clipe é lindo de um jeito melancólico, um dos meus preferidos mesmo
  • Blood Sweat & Tears - o clipe dessa música é PERFEITO SEM DEFEITOS NUNCA ERROU; meu preferido do BTS
  • DNA - MASTERPIECE! AMO!; 
  • Danger - BTS adolescente rebelde dançando no metrô. AMO. E essa música transpira Michael Jackson, o que me faz amar tudo nela ainda mais; 
  • Outro: Ego - clipe do bias, né. 
  • ON - porque sim, porque óbvio. Eu amo esse clipe <3

Canto em voz alta
Boy With Luv. Lembro da empolgação no Twitter quando essa música saiu no ano passado, mas dessa vez eu meio que ignorei e só fui ouvir há alguns meses. Confesso que a princípio, só achava uma música ok, longe de ser uma das melhores do grupo e é bem possível que seja isso mesmo, mas com o tempo, comecei a ter um carinho por ela e sempre fico feliz quando ouço. Acho que é porque é uma música leve, good vibes e inofensiva. É o BTS explorando um conceito mais fofinho e diferente do que já tinham feito e gostei do resultado. A melodia é do tipo grudenta e, por isso, não há outra opção além de ficar cantarolando em voz alta, principalmente o refrão "oh my my my, oh my my my". É uma música gostosinha.

Não falta na playlist
Todas já mencionadas e mais algumas: I Need U, IDOL, Not Today, Burning Up (Fire) - ICÔNICA DEMAIS, Trivia: Just Dance (outra do bias por motivos óbvios), Best Of Me, No More Dream (CLÁSSICA!), Waste It On Me (tecnicamente, essa música é do Steve Aoki, mas coloquei aqui porque ela não sai da minha playlist e a parte do Namjoon é TUDO PARA MIM).

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Links adicionais:

Se você chegou até aqui, parabéns e muito obrigada! Espero que esse post tenha te alegrado de alguma forma ou te proporcionado algum tipo de consolo. A vida tá difícil e o mundo está assustador, mas vai passar. Até lá, stay gold! ❤