Pois bem, é chegada a hora da award season do blog - antes tarde do que nunca! - e dessa vez decidi começar com a retrospectiva musical. Ao contrario de 2016, em que me transformei na louca-obcecada por estatísticas do Last.Fm e do Spotify e mantive um controle absoluto da minha vida musical, em 2017 deixei as coisas fluírem mais naturalmente, de forma que só descobri os felizardos vencedores durante a construção deste post. Assim, no susto, mas com muita satisfação, senhoras e senhores, está dada a largada da Retrospectiva Musical 2017!
Disclaimer: acho importante frisar que 1) não escutei todos os álbuns lançados em 2017 e 2) o post é sobre o que eu escutei em 2017 e, por isso, a retrospectiva irá incluir coisas que não necessariamente foram lançadas durante o ano. As categorias estão um pouco diferentes das de 2016 porque precisei fazer algumas alterações que estivessem mais de acordo com o que escutei no ano passado
Escutei pouco, mas gostei e quero prestigiar mais em 2018:
Flicker (Niall Horan, 2017). Desde quando o Niall lançou This Town, em 2016, fiquei curiosa para saber o que ele estava preparando em estúdio. Felizmente, não me decepcionei porque o que ele entregou foi um álbum bastante coeso, gostoso de escutar e que lhe permitiu mostrar o quão talentoso é. Só não consigo entender o porquê de eu não ter escutado tanto assim, já que realmente gostei do álbum. Fica aqui o lembrete para prestigiar mais em 2018 e o destaque para as faixas On The Loose, Too Much To Ask e Mirrors.
Achei que ia amar, mas flopou
Lust for Life (Lana Del Rey, 2017). Depois que Love foi lançada, fiquei muito empolgada pelo álbum, já que a Lana é uma das cantoras que mais gosto de acompanhar os trabalhos. Adorei a capa do disco, assim como sua atmosfera geral e suas músicas...apesar de não me recordar de nenhuma, além de Love e Coachella - Woodstock In My Mind. Em minha defesa, o álbum saiu no meio do inverno brasileiro e eu salvei para prestigiar durante o verão, porém não o fiz. Quem sabe no verão 2019?
Morri de preguiça
Witness (Katy Perry, 2017). A real é que tô bem chateada com isso, porque eu queria muito ter gostado do disquinho da Katy. Apesar da insistência ridícula das pessoas em ter que escolher um lado em tretas ainda mais ridículas da música pop, eu não poderia me importar menos e estava torcendo demais pelo álbum conceitual dela. Porém, além de ter achado que a capa lembra a do Bionic, da Christina Aguilera, também não gostei das músicas e depois de tentar escutar algumas vezes, simplesmente desisti porque não é pra mim, morri de preguiça mesmo. #sorrynotsorry
Foi bom enquanto durou
Prisoner (Ryan Adams, 2017). Olha, só fui parar para prestar atenção no Ryan Adams quando escutei o cover do 1989 que ele fez. Até então, conhecia algumas músicas que faziam parte de trilhas sonoras de filmes e séries e estava muito feliz e satisfeita só com isso. Porém, ele lançou um disco novo em 2017 e eu gostei pra caramba, mas sempre esquecia de continuar escutando. A culpa é totalmente minha e Prisoner merecia mais. Contudo, sempre lembrarei de nossos momentos juntos com muito carinho.
O orgulhinho do ano
Harry Styles, porque jamais poderia ser diferente. Poder acompanhar o início de sua carreira solo, o lançamento de seu primeiro disco e a sua transformação em rockstar está sendo uma experiência linda e bem emocionante. E nem vou disfarçar que fiquei me sentindo super orgulhosa do Harry quando o Nick Mason, do Pink Floyd, disse que gostaria de trabalhar com ele, e quando a Stevie Nicks (!) cantou Landslide com ele e ele chorou. Além disso, 2017 foi um ano muito feliz para nós, já que tivemos uma overdose de participações no Late Late Show, além de sua estreia no cinema. E muitos ternos floridos. Muitos mesmo. Todos fabulosos.
O reencontro do ano
Michael Jackson, também conhecido como o único e inigualável Rei do Pop, além de meu cantor preferido de todos os tempos para sempre. MJ marcou demais a minha formação musical desde a infância, mas principalmente durante a minha adolescência. Escutei suas músicas até enjoar, apenas para perceber que jamais me enjoaria delas de verdade e o único motivo para meu amor por seu trabalho ter adormecido é o fato de que demorei muito para aceitar que ele se foi. Durante os últimos anos, sempre que escutava alguma de suas músicas, era com pesar e pontadas de dor e, por isso, evitava. Ainda não sei o que me motivou a voltar a escutar, mas estou muito feliz por tê-lo o feito, pois me possibilitou redescobrir um artista muito querido e de quem eu realmente estava sentindo saudades. ♥
Classicão que só aconteceu na minha vida agora
Tom Petty, sem sombra de dúvidas. Já comentei que ele era um artista pelo qual eu nutria uma simpatia gratuita, tendo em vista que não conhecia muito de seu trabalho. Ainda não conheço tudo - para ser sincera, estou longe disso -, mas em 2017 decidi parar de enrolar e comecei a prestigiar a obra desse cara que é inegavelmente um dos grandes nomes do rock estadunidense e que me arrependo muito por ter demorado para começar a escutar. E como a vida é cheia de ironias, o mesmo ano que me "devolveu" um amigo musical, também me "tirou" outro. Tom Petty marcou a minha vida e desde outubro está sendo difícil escutar suas músicas sem sentir aquela pontada de dor. 💔
A voz do ano
Taylor Swift, a nossa melhor amiga famosa. Depois de finalmente entender o hype, me converter ao Swiftianismo e escutar TODAS as suas músicas de forma exaustiva em 2016, resolvi repetir a dose no ano passado enquanto o reputation não chegava e também depois que ele chegou. Eu adoro a Taylor Swift e adoro ainda mais as músicas dela.
A banda do ano
Fleetwood Mac, simplesmente porque eu previ que isso aconteceria. Eu realmente não sei o que eu estava fazendo da minha vida para não ter "descoberto" a banda antes, de forma que precisei de vinte e fucking seis anos para tal. E se em 2016 eu estava me apaixonando lentamente, em 2017 me entreguei de vez e coloquei o Fleetwood Mac no meu top 5 bandas preferidas da vida porque eles merecem demais estar lá.
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Bate-bola das músicas
A primeira música do ano (ritual do shuffle): Rihannon (Fleetwood Mac)
As músicas do ano: Sign of the Times (Harry Styles) e Waves (Dean Lewis), as únicas músicas possíveis no fatídico 2017.
As ~good vibes~ do ano: Africa (Toto), Stranger in Moscow (Michael Jackson), Don't Die Young, Don't Get Old (Little Big Town), Love (Lana Del Rey) e Tears Away (Mehcad Brooks).
As power ballads roqueiras e sentimentais do ano: I Still Think About You (Danger Danger), To Be With You (Mr. Big), Heaven (Warrant) e Love Walked In (Thunder)
Grata surpresa do ano: House of Cards (Scorpions)
Completamente ignorada durante anos para só ser realmente apreciada em 2017: Blood On The Dance Floor (Michael Jackson)
São questões: Look What You Made Me Do (Taylor Swift)
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Disco que só conheci em 2017 e virou um clássico favorito da vida
Music From Into The Wild (Eddie Vedder, 2007). No ano em que uma das melhores leituras que fiz foi Na Natureza Selvagem, um dos melhores filmes que assisti foi a sua adaptação e ambos se tornaram livro e filmes favoritos da vida, não me surpreendo nenhum pouco que este álbum também tenha sido um impacto enorme para mim. Aqui temos as únicas músicas possíveis para acompanhar a trágica história de Chris McCandless, compostas (em sua maioria) e interpretadas pela única voz possível: Eddie Vedder, um cara que conheço pouco, mas admiro pakas. E o melhor é que as músicas não são excelentes apenas no contexto do filme/livro, mas sim em muitos momentos da vida real oficial em que preciso de #paz.
Disco de 2016 que só aconteceu na minha vida em 2017
24K Magic (Bruno Mars, 2016). O ilustre vencedor da categoria Álbum do Ano no Grammy Awards 2018! Ao contrário de praticamente todas as pessoas habitantes da minha bolha na internet, eu não discordo da escolha, pois o álbum do Bruno é nada menos que excelente e muito merecedor de seu troféu. Sabe aquele tipo de disco que a gente coloca para tocar e TODAS as músicas são muito boas? Pois este é o caso de 24K Magic e, apesar do atraso, eu não poderia ficar mais contente com essa belezinha acontecendo na minha vida justamente em um ano em que muitas vibes Motown integraram a trilha sonora da minha vida. Meu único problema é com essa capa, que achei bem feia.
Discos de 2017 que não escutei, mas quero prestigiar em 2018
Prisoner B-Sides (Ryan Adams, 2017). Se o Lado A já passou quase voando, 'cês imaginam a atenção que dei para o Lado B, né? Ryan Adams merecia mais de mim em 2017 e quero muito me redimir em 2018.
Dua Lipa (Dua Lipa, 2017). Só fui saber quem era a tal Dua Lipa que todo mundo parecia conhecer desde 2016 em meados de outubro, quando, inevitavelmente, tive conhecimento da música New Rules e, inevitavelmente, amei demais. Aí, escutei IDGAF e percebi que estava perdendo muito tempo não escutando Dua Lipa.
The Search for Everything (John Mayer, 2017). Confesso que morri de preguiça desse projeto ambicioso do John Mayer - que também me mata de preguiça, apesar do talento- de lançar o álbum ao longo de meses e desisti logo na primeira etapa. Só sei que o lançamento total foi em abril, outras coisas me interessaram, deixei para escutar direito depois e...cá estamos em 2018 e não escutei.
Something To Tell You (HAIM, 2017). Não acompanhei o lançamento do primeiro disco das irmãs HAIM e só fui descobrir que elas já estavam preparando um segundo quando faltavam poucos meses para o lançamento. Tudo a respeito do trio permanece um mistério para mim, só conheço duas ou três músicas - uma delas sendo o single Want You Back, que amei - e a única razão para não ter escutado o Something To Tell You foi o fato de ele ter vibes de verão, mas ter sido lançado em julho. Deixei para escutar no meu verão 2018, mas até agora não fiz isso. Prometo melhorar, não desistam de mim.
California Dreaming (Rick Price e Jack Jones, 2017). Lembro que acordei um dia com a música California Dreamin', de The Mamas & The Papas, tocando em loop na minha cabeça e só fui pensar em de fato escutar quando já estava deitada e prestes a dormir. Digitei o nome da música na busca do Spotify e...descobri esse álbum de covers sensacional que havia acabado de ser lançado (literalmente!). Pouco descobri a respeito de Rick Price e Jack Jones, além do fato de serem músicos australianos que se tornaram muito populares naquelas terras durante os anos 90. Contudo, o álbum é uma deliciosa homenagem ao rock californiano dos anos 60 e 70 e é exatamente o tipo de coisa que eu nasci para escutar e que sei que irei revisitar em vários momentos. ♥
Something To Tell You (HAIM, 2017). Não acompanhei o lançamento do primeiro disco das irmãs HAIM e só fui descobrir que elas já estavam preparando um segundo quando faltavam poucos meses para o lançamento. Tudo a respeito do trio permanece um mistério para mim, só conheço duas ou três músicas - uma delas sendo o single Want You Back, que amei - e a única razão para não ter escutado o Something To Tell You foi o fato de ele ter vibes de verão, mas ter sido lançado em julho. Deixei para escutar no meu verão 2018, mas até agora não fiz isso. Prometo melhorar, não desistam de mim.
Disco surpresa que me deixou muito feliz
California Dreaming (Rick Price e Jack Jones, 2017). Lembro que acordei um dia com a música California Dreamin', de The Mamas & The Papas, tocando em loop na minha cabeça e só fui pensar em de fato escutar quando já estava deitada e prestes a dormir. Digitei o nome da música na busca do Spotify e...descobri esse álbum de covers sensacional que havia acabado de ser lançado (literalmente!). Pouco descobri a respeito de Rick Price e Jack Jones, além do fato de serem músicos australianos que se tornaram muito populares naquelas terras durante os anos 90. Contudo, o álbum é uma deliciosa homenagem ao rock californiano dos anos 60 e 70 e é exatamente o tipo de coisa que eu nasci para escutar e que sei que irei revisitar em vários momentos. ♥
Aqueles que voltaram para aquecer e abraçar meu coração
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A Santíssima Trindade de 2016 |
1989 (Taylor Swift, 2014). Meu álbum preferido da Taylor. Continua maravilhoso e jamais irei enjoar das músicas.
Chaos and The Calm (James Bay, 2015). Tenho plena convicção que quando chegar aos 50 anos e estiver pensando nos álbums que me definiram quando tinha 20 e poucos anos, esta obra-prima do James Bay estará na lista. O álbum segue firme e forte como um dos meus preferidos da vida e me fascina demais o quanto ele vai melhorando a cada vez que escuto.
Made In The A.M. (One Direction, 2015). Porque a bad vem para todos e nessas horas a gente só precisa de carinho e compreensão e Harry, Niall, Louis e Liam estão sempre à minha disposição com essa grande obra-prima contemporânea. Que álbum!
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Os melhores álbuns dos anos 80 que conheci em 2017
View From The Ground (America, 1982). Não fosse pela playlist Tecladinhos, da minha amiga Alessandra, eu talvez jamais teria conhecimento desta preciosidade perdida nos confins do túnel do tempo. Aqui temos um belíssimo exemplo de um trabalho capaz de te transportar para outra década e eu adoro quando isso acontece. Perdi as contas de quantas vezes, escutando o álbum, comecei a me imaginar em um videoclipe com fotografia pastel, cheio de sobreposição de imagens e no qual eu exibiria cabelos volumosos e trajaria um sobretudo com largas ombreiras, enquanto caminhava encolhida por alguma Grande Metrópole refletindo sobre as inconstâncias e infortúnios da vida.
Faixas preferidas: You Can Do Magic, Sometimes Lovers e Even The Score.
Reckless (Bryan Adams, 1984). Eu fico inconformada com o quanto este álbum é negligenciado nas listas de melhores álbuns dos anos 80. Pensem em um negócio que te fisga logo nos primeiros acordes. É exatamente isso que Reckless fez comigo. É possível que isso tenha acontecido porque eu vivo em estado de nostalgia por uma década que nunca vivi mas considero pakas? É possível sim. E é bem possível que eu tenha me apaixonado pelo álbum porque sou completamente vendida para vocais masculinos roqueiros e roucos e isso o Bryan Adams tem de sobra. Mas acho que o principal motivo para eu ter amado o disco é porque ele me fez esquecer o quão brega o Bryan se tornou nos anos 90 e me fez lembrar o quanto eu amo a trilha sonora de Spirit - O Corcel Indomável (2002).
Faixas preferidas: One Night Love Affair, Run To You e Summer of '69.
Bad (Michael Jackson, 1987). Ok, eu já tinha escutado o Bad antes. Mas para ser sincera, nunca lhe dediquei muita atenção, já que no auge dos meus 15 anos, por razões que jamais irei compreender, decidi que não gostava tanto assim do álbum. Felizmente, o tempo passa e o universo dá um jeito de alinhar as estrelas e proporcionar o momento oportuno para coisas incríveis acontecerem e foi exatamente isso que aconteceu em setembro do ano passado, quando resolvi dar uma nova chance ao disco e tô até agora de queixo caído. Shame on you, Michelle de 15 anos! É possível que este seja o meu disco preferido do Michael Jackson? É possível sim. E é bem possível que eu mude de ideia amanhã, porque sou exatamente esse tipo de pessoa.
Faixas preferidas: TODAS. Mas, principalmente Just Good Friends, Man In The Mirror (pois muito óbvio, já que essa música é linda), Dirty Diana e Smooth Criminal.
Full Moon Fever (Tom Petty, 1989). Esse aqui me fez companhia durante muitos momentos de caminhada quando precisava lidar com a ansiedade. Não sei bem o que é que rola, mas eu realmente me sinto muito tranquila depois de escutar esse álbum em que todas as músicas são boas - inclusive Zombie Zoo, que o próprio Tom Petty não gostava e eu fiquei chocada quando descobri, pois acho bem divertida -, mesmo quando trazem um quê de tristeza. O que eu mais gosto no álbum é que, ao mesmo tempo em que ele me transporta para outra década, também soa bastante atual e atemporal. Logo, estamos falando de um clássico. Escutem Tom Petty, gente.
Faixas preferidas: Free Fallin' (pois óbvio!), I Won't Back Down e A Face In The Crowd.
Menção honrosa
Melodrama (Lorde, 2017). Por mais que o álbum seja muito bom e eu tenha gostado demais de ter escutado, não posso mentir e dizer que foi uma das principais adesões à trilha sonora da minha vida. Pois não foi e também sinto que não será. Acho que a Lorde fez um trabalho incrível, autoral e cheio de sentimento e eu amo muito esse tipo de artista. Adoro o que ela representa e fico muito feliz de ver tanta gente que acompanho na internet se identificando com o Melodrama. Eu queria muito me sentir super entusiasta do disco também, mas acho que tô ficando velha? Não sei. Acho que teria aproveitado melhor se o disco tivesse sido lançado quando eu era mais nova, porque a sensação que eu tenho quando escuto é a mesma de quando encontro fotos dos tempos de colégio e início da faculdade perdidas no computador.
Faixas preferidas: Green Light, Supercut e Perfect Places.
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TOP 7: Os melhores álbuns de 2017
Divide (Ed Sheeran). Confesso que depois da overdose que tive desse disco, quase o ignorei na hora de fazer a retrospectiva. Porém, preciso ser justa e dar ao Divide (não consegui colocar o símbolo matemático, bear with me) o reconhecimento que ele merece. Não dei muita bola para a repercussão do álbum, mas o que compreendi é que esperavam mais do disco e do comeback do Ed. Qualquer que tenha sido o consenso geral, eu não poderia me importar menos porque achei o álbum bom, coerente com a proposta e com o que o Ed Sheeran faz. Achei tudo bem honesto, sentimental e...romântico demais, com uma quantidade de baladinhas considerável. E, talvez, essa seja a razão de eu não ter amado o disco incondicionalmente e de não o considerar o meu preferido do cantor (esse lugar ainda é todinho do X). Ainda assim, gostei o suficiente para colocar na minha lista de favoritos de 2017.
Faixas preferidas: Eraser, Galway Girl e Nancy Mulligan.
Harry Styles (Harry Styles). Óbvio que não deixaria o disco de estreia do Harry de fora da lista. Mas eu preciso fazer um desabafo e dizer que quase fiz isso porque o hype em cima do álbum foi tão exaustivo que eu peguei ~bode~ e depois de alguns meses, não consegui escutar mais. E o Harry não tem nada a ver com isso, pois o álbum é bom, bem honesto e cumpre o seu papel de mostrar quem é o Harry fora do One Direction e que tipo de som ele quer fazer. E por mais que ele mereça todos os aplausos por seu talento e seu trabalho, acho que houve um exagero quando começaram a surgir comentários de que o mais belo girassol do universo seria a salvação do Rock. Fiquei intrigada com comentários do tipo porque até onde eu sei, o Rock sempre esteve aí e sempre estará, vivíssimo e sem precisar de salvação. Não foi justo com o Rock e muito menos com o Harry, que só quer ser feliz fazendo as músicas dele. Falando do disco, como disse, achei bem honesto em termos de sonoridade, mas sigo achando Harry Styles uma pessoa bem misteriosa e intrigante e que pouco se revela nas letras. Mas acho que foi essa a intenção. No mais, acho que é um ótimo álbum de estreia, uma boa homenagem ao rock dos anos 60 e 70 e que, felizmente, atingiu as minhas expectativas e, por isso, está neste prestigioso TOP 7.
Faixas preferidas: Todas, menos Woman, que achei bem...meh.
The Breaker (Little Big Town). Até fevereiro de 2017, a minha lista de conhecimentos acerca do Little Big Town consistia em: 1) é um grupo country e 2) gravaram uma música que a Taylor Swift compôs. Não posso afirmar que meus conhecimentos na área tenham se expandido, mas pelo menos conheço mais músicas deles graças à The Breaker. A sonoridade geral do disco é bem country pop e à essa altura do campeonato, um ano depois, não me lembro o que me fez gostar tanto do disco e só sei que escutei exaustivamente por dois ou três meses e sempre que o vejo na minha biblioteca do Spotify, sinto uma sensação boa e fico sorrindo. Isso provavelmente resulta das good vibes sonoras que integram o disco, que traz faixas mais melancólicas e de términos de relacionamento, mas que, de forma geral, é bem alto astral. Eu acho.
Faixas preferidas: Lost In California, Free e Don't Die Young, Don't Get Old.
Younger Now (Miley Cyrus). Acompanho a Miley Cyrus à distância há anos e, tirando um single ou outro, nunca me interessei muito por suas músicas. Porém, tudo começou a mudar quando escutei Malibu pela primeira vez e me apaixonei completamente. Depois disso, passei a aguardar ansiosamente o novo disco dela e quando ele chegou até nós, eu não me aguentava de felicidade. Em Younger Now, Miley honra suas raízes country sem abandonar o pop completamente e faz um álbum mais pensando em si do que nos outros e no que eles irão achar. O resultado é um trabalho sincero, apaixonado (pelo som e pelo Liam Hemsworth) e com vocais roucos para os quais, como disse, sou completamente vendida. A Miley tem uma voz maravilhosa e eu poderia passar horas escutando, coisa que fiz com esse trabalho.
Faixas preferidas: Week Without You, Bad Mood e Love Someone
reputation (Taylor Swift). Toda a minha opinião sobre o disco poderia ser definida pela expressão 'são questões'. Digo isso porque ao mesmo tempo em que sinto que este não é o melhor disco da Taylor, também sei que não é o pior e que sequer poderia ser classificado como um álbum ruim. Acho que nossa melhor amiga famosa chegou naquele ponto da carreira em que qualquer coisa que ela lance, por mais incrível que seja (o que não penso ser o caso do reputation), jamais irá atingir o nível de hype e aceitação que o 1989. E tudo bem, pois é um álbum necessário e o único que ela poderia lançar à essa altura. reputation é o Bad da Taylor Swift, que está exaustíssima de si e da imagem que criaram para ela (e que ela alimentou!) e decidiu ~se matar~ para começar de novo, de um jeito mais sombrio e de quem pouco está se importando com o que vão achar e só quer mesmo fazer umas músicas sem se levar muito a sério - tudo isso, claro, de um jeito extremamente calculado porque estamos falando de Taylor Swift, after all. E apesar de tudo isso que eu disse, eu não consigo evitar pensar que esse disco é, tipo, MEU DEUS QUE DISCO! Existe um quê de desconexo na sonoridade, mas adoro como tudo parece progredir de forma bem natural dentro da narrativa swiftiana. As letras continuam ótimas e extremamente confessionais, mostrando uma Taylor mais ~perigosa~, mas que ainda tem seu coração partido apenas para se apaixonar novamente. Além daquela óbvia dose de shade (RISOS!!!!).
Faixas preferidas: Don't Blame Me (QUE HINO!), Getaway Car e This Is Why We Can't Have Nice Things.
Places (Lea Michele). A Lea é uma das minhas cantoras preferidas no momento e, ao contrário do que costuma acontecer, sinto que minha admiração irá perdurar por muitos anos. Digo isso não só porque me identifico com ela, mas também porque adoro o quão clássica ela é. Tendo iniciado a carreira na Broadway, toda a sua teatralidade e poder performático transparece em Places, que apesar de ser o seu segundo álbum, é o primeiro em que sua essência está 100% presente. Assim como a Miley, aqui Lea volta às suas origens sem dar importância às tendências da música pop atual e, assim, entrega um álbum atemporal e elegante, com ares de Celine Dion, Mariah Carey e, claro, Barbra Streisand - sua maior inspiração. Aquilo que falei sobre o Chaos and the Calm se aplica ao Places, pois consigo me imaginar facilmente, aos 50 anos, escutando o álbum e pensando no quanto ele marcou os meus vinte e poucos anos.
Faixas preferidas: Love is Alive, Believer e Getaway Car (não confundir com a da Taylor).
O melhor, o maior, o mais importante álbum de 2017
Lindsey Buckingham Christine McVie (Lindsey Buckingham e Christine McVie). Esse foi o álbum que me fez gritar viver é bom demaaaaaaaaaaaaaaaaaais em 2017 e cuja existência me deixa muitíssimo agradecida. Sabe quando a gente escuta um disco e já sente que acabamos de conhecer um favorito que irá nos acompanhar por muitos e muitos anos? Pois é exatamente essa a sensação que tive quando escutei os primeiros trechos do Buckingham McVie (me desculpem, mas tive que abreviar) e percebi que estava vivendo algo muito mágico e precioso e que não queria que acabasse. Não me surpreendo que isso tenha acontecido, já que 1) o Fleetwood Mac é uma das minhas bandas preferidas, 2) este é praticamente um disco do Fleetwood Mac sem a Stevie Nicks, que foi a única que não fez alguma participação especial e 3) Lindsey e Christine são absurdamente talentosos, a ~química musical~ dos dois é ótima e fico fascinada com o quanto eles se complementam. Além disso, é um álbum de rooooooooock dos anos 70, porém com um quê de atualidade!!!! E todas as músicas são boas!!!!! As letras são uma delííííííííííííííííciaaaaaaaaaa!!!! Dá vontade de escutar em loop pra sempreeeeeee!!!!! AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH VIVER É BOM DEMAAAAAAIS!
Faixas preferidas: TODAS. ABSOLUTAMENTE TODAS. ESCUTEM TODAS.
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