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19 de fevereiro de 2018

Tubarão (Peter Benchley)

Sobre o que é?
De forma geral, sobre a fictícia cidade Amity, Long Island, um balneário que vive do turismo local e que tem a próxima temporada de verão ameaçada pela presença de um temível e enorme tubarão branco que passa a atacar os banhistas. É também uma história sobre o chefe da polícia local, Martin Brody, e sua esposa, Ellen.

O que eu mais gostei?
Com certeza, o fato de ter as minhas expectativas superadas. Lembro pouco do filme dirigido por Steven Spielberg e tinha para mim que a história seria apenas sobre um monstro do mar que ataca pessoas inocentes na praia. Em partes, é exatamente isso, porém vai além e nos entrega uma história de suspense cheia de tensão, um pouco de romance e ares de aventura. Aqui acompanhamos os esforços de Martin Brody para encontrar o tubarão em tempo de salvar a temporada de verão de Amity e evitar que a economia da cidade seja afetada. Porém, são muitos os obstáculos em seu caminho, que vão desde a dificuldade para compreender o que uma criatura tão letal estaria fazendo tão próxima da  praia até os interesses de políticos e mafiosos, que estão determinados a manter a cidade funcionando como se nada estivesse acontecendo, mesmo que isso implique na morte de pessoas inocentes.


Muito do que me fez gostar de Tubarão se encontra capacidade de ambientação da narrativa de Peter Benchley. Ao ler, era como se estivesse assistindo cenas se desenrolarem em minha mente, principalmente nos momentos que antecediam um ataque do tubarão, cheios de tensão. Creio que este seja um fator importante em uma narrativa de aventura, pois faz com que a história mantenha o ritmo e continue prendendo a atenção do leitor, que não pode evitar deixar se envolver com Amity, seus moradores e, principalmente, o relacionamento de Brody e Ellen.

Achei curioso como um mesmo livro manteve o meu interesse trazendo dois focos bastante distintos. De um lado, toda a atmosfera de tensão por não saber qual será o desfecho da história do tubarão; de outro, um ~triângulo amoroso~ que parece não servir para muita coisa, mas que funciona como um elemento para aprofundar os personagens principais, lhes agregando camadas, lhes tornando mais humanos e, de certa forma, fazendo com que consigamos os compreender melhor.

Outro ponto que vale a pena mencionar é que o livro proporciona ao leitor reflexões acerca da natureza e, principalmente, da natureza humana; e levanta o questionamento sobre quem seria o verdadeiro monstro na história: o tubarão - que age por instinto - ou o ser humano - que age em sua defesa, mas também sente prazer em caçar e matar um animal? Ou que pouco se importa em deixar uma criatura feroz à solta desde que a ação não interfira em seus interesses políticos e econômicos?

Por fim, também gostei do texto de apresentação da obra escrito pelo próprio autor em 2005 (apenas um ano antes de sua morte), que explica que, apesar de seu fascínio por tubarões ter surgido ainda na infância, na época em que ele escreveu Tubarão, seus conhecimentos sobre as criaturas não eram tão aprofundados e, por isso, alguns equívocos foram cometidos. O principal deles é o fato de que em seu livro, o grande tubarão branco persegue e ataca humanos, coisa que no mundo real é muito rara, já que esse animal os evita. No mesmo texto, Peter Benchley aproveita para se desculpar e explicar que jamais poderia ter escrito Tubarão atualmente, pois não seria capaz de transformar um animal tão importante para a natureza em um monstro.
"Jamais demonizaria um animal, especialmente um que é muito mais antigo e muito mais bem-sucedido em seu habitat do que o homem foi ou um dia será, um animal que é vitalmente necessário para o equilíbrio da natureza no mar, e um animal que iremos - se não mudarmos nossos comportamentos destrutivos - extinguir da face da Terra".

Após a leitura deste trecho, passei a pensar no quanto os tubarões, ainda que assustadores, são misteriosos e belos à sua maneira e, como todo e qualquer ser vivo, merecem o nosso respeito.

O que pode ser motivo para não gostar?
Como o livro foi publicado nos anos 70 e muitas das discussões em pauta hoje não estavam tão em evidência, é possível encontrar alguns diálogos com um discurso bastante assustador - do pior jeito possível - para os dias atuais. É o caso de comentários racistas e machistas. O mais preocupante, para mim, foi o trecho em que uma das personagens femininas tem uma fantasia sexual de ser estuprada e tudo é mostrado de forma bem romantizada, o que jamais passaria em uma revisão feita em 2018. Logo, é importante levar em consideração o contexto em que o livro foi publicado e exercer o senso crítico.

Recomendo para quem?
Todos aqueles que gostam de histórias ambientadas em praia, cidades litorâneas ou com trechos em alto-mar. Também pode ser uma boa opção para quem procura uma leitura com suspense e com potencial para te deixar tenso. E, claro, para os fãs do filme.

Considerações finais:
Fiz a leitura pelo Kindle e em vários trechos em que são inseridos textos de jornais com uma fonte diferente, os números não apareciam. O mesmo ocorreu em partes em que a idade de um personagem é revelada. Não chega a ser algo que atrapalha a leitura, mas achei interessante mencionar.

"Aquele peixe é uma beleza. É o tipo de coisa que faz você acreditar em Deus. Te mostra o que a natureza é capaz de fazer quando faz a sério".

16 de fevereiro de 2018

Retrospectiva Musical 2017

Pois bem, é chegada a hora da award season do blog - antes tarde do que nunca! - e dessa vez decidi começar com a retrospectiva musical. Ao contrario de 2016, em que me transformei na louca-obcecada por estatísticas do Last.Fm e do Spotify e mantive um controle absoluto da minha vida musical, em 2017 deixei as coisas fluírem mais naturalmente, de forma que só descobri os felizardos vencedores durante a construção deste post. Assim, no susto, mas com muita satisfação, senhoras e senhores, está dada a largada da Retrospectiva Musical 2017!

Disclaimer: acho importante frisar que 1) não escutei todos os álbuns lançados em 2017 e 2) o post é sobre o que eu escutei em 2017 e, por isso, a retrospectiva irá incluir coisas que não necessariamente foram lançadas durante o ano. As categorias estão um pouco diferentes das de 2016 porque precisei fazer algumas alterações que estivessem mais de acordo com o que escutei no ano passado

Escutei pouco, mas gostei e quero prestigiar mais em 2018: 

Flicker (Niall Horan, 2017). Desde quando o Niall lançou This Town, em 2016, fiquei curiosa para saber o que ele estava preparando em estúdio. Felizmente, não me decepcionei porque o que ele entregou foi um álbum bastante coeso, gostoso de escutar e que lhe permitiu mostrar o quão talentoso é. Só não consigo entender o porquê de eu não ter escutado tanto assim, já que realmente gostei do álbum. Fica aqui o lembrete para prestigiar mais em 2018 e o destaque para as faixas On The Loose, Too Much To Ask e Mirrors.

Achei que ia amar, mas flopou

Lust for Life (Lana Del Rey, 2017). Depois que Love foi lançada, fiquei muito empolgada pelo álbum, já que a Lana é uma das cantoras que mais gosto de acompanhar os trabalhos. Adorei a capa do disco, assim como sua atmosfera geral e suas músicas...apesar de não me recordar de nenhuma, além de Love e Coachella - Woodstock In My Mind. Em minha defesa, o álbum saiu no meio do inverno brasileiro e eu salvei para prestigiar durante o verão, porém não o fiz. Quem sabe no verão 2019?

Morri de preguiça

Witness (Katy Perry, 2017). A real é que tô bem chateada com isso, porque eu queria muito ter gostado do disquinho da Katy. Apesar da insistência ridícula das pessoas em ter que escolher um lado em tretas ainda mais ridículas da música pop, eu não poderia me importar menos e estava torcendo demais pelo álbum conceitual dela. Porém, além de ter achado que a capa lembra a do Bionic, da Christina Aguilera, também não gostei das músicas e depois de tentar escutar algumas vezes, simplesmente desisti porque não é pra mim, morri de preguiça mesmo. #sorrynotsorry

Foi bom enquanto durou

Prisoner (Ryan Adams, 2017). Olha, só fui parar para prestar atenção no Ryan Adams quando escutei o cover do 1989 que ele fez. Até então, conhecia algumas músicas que faziam parte de trilhas sonoras de filmes e séries e estava muito feliz e satisfeita só com isso. Porém, ele lançou um disco novo em 2017 e eu gostei pra caramba, mas sempre esquecia de continuar escutando. A culpa é totalmente minha e Prisoner merecia mais. Contudo, sempre lembrarei de nossos momentos juntos com muito carinho. 

O orgulhinho do ano

Harry Styles, porque jamais poderia ser diferente. Poder acompanhar o início de sua carreira solo, o lançamento de seu primeiro disco e a sua transformação em rockstar está sendo uma experiência linda e bem emocionante. E nem vou disfarçar que fiquei me sentindo super orgulhosa do Harry quando o Nick Mason, do Pink Floyd, disse que gostaria de trabalhar com ele, e quando a Stevie Nicks (!) cantou Landslide com ele e ele chorou. Além disso, 2017 foi um ano muito feliz para nós, já que tivemos uma overdose de participações no Late Late Show, além de sua estreia no cinema. E muitos ternos floridos. Muitos mesmo. Todos fabulosos.


O reencontro do ano

Michael Jackson, também conhecido como o único e inigualável Rei do Pop, além de meu cantor preferido de todos os tempos para sempre. MJ marcou demais a minha formação musical desde a infância, mas principalmente durante a minha adolescência. Escutei suas músicas até enjoar, apenas para perceber que jamais me enjoaria delas de verdade e o único motivo para meu amor por seu trabalho ter adormecido é o fato de que demorei muito para aceitar que ele se foi. Durante os últimos anos, sempre que escutava alguma de suas músicas, era com pesar e pontadas de dor e, por isso, evitava. Ainda não sei o que me motivou a voltar a escutar, mas estou muito feliz por tê-lo o feito, pois me possibilitou redescobrir um artista muito querido e de quem eu realmente estava sentindo saudades. ♥

Classicão que só aconteceu na minha vida agora

Tom Petty, sem sombra de dúvidas. Já comentei que ele era um artista pelo qual eu nutria uma simpatia gratuita, tendo em vista que não conhecia muito de seu trabalho. Ainda não conheço tudo - para ser sincera, estou longe disso -, mas em 2017 decidi parar de enrolar e comecei a prestigiar a obra desse cara que é inegavelmente um dos grandes nomes do rock estadunidense e que me arrependo muito por ter demorado para começar a escutar. E como a vida é cheia de ironias, o mesmo ano que me "devolveu" um amigo musical, também me "tirou" outro. Tom Petty marcou a minha vida e desde outubro está sendo difícil escutar suas músicas sem sentir aquela pontada de dor. 💔

A voz do ano

Taylor Swift, a nossa melhor amiga famosa. Depois de finalmente entender o hype, me converter ao Swiftianismo e escutar TODAS as suas músicas de forma exaustiva em 2016, resolvi repetir a dose no ano passado enquanto o reputation não chegava e também depois que ele chegou. Eu adoro a Taylor Swift e adoro ainda mais as músicas dela.

A banda do ano

Fleetwood Mac, simplesmente porque eu previ que isso aconteceria. Eu realmente não sei o que eu estava fazendo da minha vida para não ter "descoberto" a banda antes, de forma que precisei de vinte e fucking seis anos para tal. E se em 2016 eu estava me apaixonando lentamente, em 2017 me entreguei de vez e coloquei o Fleetwood Mac no meu top 5 bandas preferidas da vida porque eles merecem demais estar lá.

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Bate-bola das músicas


A primeira música do ano (ritual do shuffle): Rihannon (Fleetwood Mac)
As músicas do ano: Sign of the Times (Harry Styles) e Waves (Dean Lewis), as únicas músicas possíveis no fatídico 2017.
As ~good vibes~ do ano: Africa (Toto), Stranger in Moscow (Michael Jackson), Don't Die Young, Don't Get Old (Little Big Town), Love (Lana Del Rey) e Tears Away (Mehcad Brooks).
As power ballads roqueiras e sentimentais do ano: I Still Think About You (Danger Danger), To Be With You (Mr. Big), Heaven (Warrant) e Love Walked In (Thunder)
Grata surpresa do ano: House of Cards (Scorpions)
Completamente ignorada durante anos para só ser realmente apreciada em 2017: Blood On The Dance Floor (Michael Jackson)
São questões: Look What You Made Me Do (Taylor Swift) 


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Disco que só conheci em 2017 e virou um clássico favorito da vida

Music From Into The Wild (Eddie Vedder, 2007). No ano em que uma das melhores leituras que fiz foi Na Natureza Selvagem, um dos melhores filmes que assisti foi a sua adaptação e ambos se tornaram livro e filmes favoritos da vida, não me surpreendo nenhum pouco que este álbum também tenha sido um impacto enorme para mim. Aqui temos as únicas músicas possíveis para acompanhar a trágica história de Chris McCandless, compostas (em sua maioria) e interpretadas pela única voz possível: Eddie Vedder, um cara que conheço pouco, mas admiro pakas. E o melhor é que as músicas não são excelentes apenas no contexto do filme/livro, mas sim em muitos momentos da vida real oficial em que preciso de #paz.

Disco de 2016 que só aconteceu na minha vida em 2017

24K Magic (Bruno Mars, 2016). O ilustre vencedor da categoria Álbum do Ano no Grammy Awards 2018! Ao contrário de praticamente todas as pessoas habitantes da minha bolha na internet, eu não discordo da escolha, pois o álbum do Bruno é nada menos que excelente e muito merecedor de seu troféu. Sabe aquele tipo de disco que a gente coloca para tocar e TODAS as músicas são muito boas? Pois este é o caso de 24K Magic e, apesar do atraso, eu não poderia ficar mais contente com essa belezinha acontecendo na minha vida justamente em um ano em que muitas vibes Motown integraram a trilha sonora da minha vida. Meu único problema é com essa capa, que achei bem feia.


Discos de 2017 que não escutei, mas quero prestigiar em 2018

Prisoner B-Sides (Ryan Adams, 2017). Se o Lado A já passou quase voando, 'cês imaginam a atenção que dei para o Lado B, né? Ryan Adams merecia mais de mim em 2017 e quero muito me redimir em 2018.

Dua Lipa (Dua Lipa, 2017). Só fui saber quem era a tal Dua Lipa que todo mundo parecia conhecer desde 2016 em meados de outubro, quando, inevitavelmente, tive conhecimento da música New Rules e, inevitavelmente, amei demais. Aí, escutei IDGAF e percebi que estava perdendo muito tempo não escutando Dua Lipa.

The Search for Everything (John Mayer, 2017). Confesso que morri de preguiça desse projeto ambicioso do John Mayer - que também me mata de preguiça, apesar do talento- de lançar o álbum ao longo de meses e desisti logo na primeira etapa. Só sei que o lançamento total foi em abril, outras coisas me interessaram, deixei para escutar direito depois e...cá estamos em 2018 e não escutei.

Something To Tell You (HAIM, 2017). Não acompanhei o lançamento do primeiro disco das irmãs HAIM e só fui descobrir que elas já estavam preparando um segundo quando faltavam poucos meses para o lançamento. Tudo a respeito do trio permanece um mistério para mim, só conheço duas ou três músicas - uma delas sendo o single Want You Back, que amei - e a única razão para não ter escutado o Something To Tell You foi o fato de ele ter vibes de verão, mas ter sido lançado em julho. Deixei para escutar no meu verão 2018, mas até agora não fiz isso. Prometo melhorar, não desistam de mim.

Disco surpresa que me deixou muito feliz

California Dreaming (Rick Price e Jack Jones, 2017). Lembro que acordei um dia com a música California Dreamin', de The Mamas & The Papas, tocando em loop na minha cabeça e só fui pensar em de fato escutar quando já estava deitada e prestes a dormir. Digitei o nome da música na busca do Spotify e...descobri esse álbum de covers sensacional que havia acabado de ser lançado (literalmente!). Pouco descobri a respeito de Rick Price e Jack Jones, além do fato de serem músicos australianos que se tornaram muito populares naquelas terras durante os anos 90. Contudo, o álbum é uma deliciosa homenagem ao rock californiano dos anos 60 e 70 e é exatamente o tipo de coisa que eu nasci para escutar e que sei que irei revisitar em vários momentos. ♥


Aqueles que voltaram para aquecer e abraçar meu coração
A  Santíssima Trindade de 2016

1989 (Taylor Swift, 2014). Meu álbum preferido da Taylor. Continua maravilhoso e jamais irei enjoar das músicas.
Chaos and The Calm (James Bay, 2015). Tenho plena convicção que quando chegar aos 50 anos e estiver pensando nos álbums que me definiram quando tinha 20 e poucos anos, esta obra-prima do James Bay estará na lista. O álbum segue firme e forte como um dos meus preferidos da vida e me fascina demais o quanto ele vai melhorando a cada vez que escuto.
Made In The A.M. (One Direction, 2015). Porque a bad vem para todos e nessas horas a gente só precisa de carinho e compreensão e Harry, Niall, Louis e Liam estão sempre à minha disposição com essa grande obra-prima contemporânea. Que álbum!

***

Os melhores álbuns dos anos 80 que conheci em 2017

View From The Ground (America, 1982). Não fosse pela playlist Tecladinhos, da minha amiga Alessandra, eu talvez jamais teria conhecimento desta preciosidade perdida nos confins do túnel do tempo. Aqui temos um belíssimo exemplo de um trabalho capaz de te transportar para outra década e eu adoro quando isso acontece. Perdi as contas de quantas vezes, escutando o álbum, comecei a me imaginar em um videoclipe com fotografia pastel, cheio de sobreposição de imagens e no qual eu exibiria cabelos volumosos e trajaria um sobretudo com largas ombreiras, enquanto caminhava encolhida por alguma Grande Metrópole refletindo sobre as inconstâncias e infortúnios da vida.
Faixas preferidas: You Can Do Magic, Sometimes Lovers e Even The Score.

Reckless (Bryan Adams, 1984). Eu fico inconformada com o quanto este álbum é negligenciado nas listas de melhores álbuns dos anos 80. Pensem em um negócio que te fisga logo nos primeiros acordes. É exatamente isso que Reckless fez comigo. É possível que isso tenha acontecido porque eu vivo em estado de nostalgia por uma década que nunca vivi mas considero pakas? É possível sim. E é bem possível que eu tenha me apaixonado pelo álbum porque sou completamente vendida para vocais masculinos roqueiros e roucos e isso o Bryan Adams tem de sobra. Mas acho que o principal motivo para eu ter amado o disco é porque ele me fez esquecer o quão brega o Bryan se tornou nos anos 90 e me fez lembrar o quanto eu amo a trilha sonora de Spirit - O Corcel Indomável (2002).
Faixas preferidas: One Night Love Affair, Run To You e Summer of '69.

Bad (Michael Jackson, 1987). Ok, eu já tinha escutado o Bad antes. Mas para ser sincera, nunca lhe dediquei muita atenção, já que no auge dos meus 15 anos, por razões que jamais irei compreender, decidi que não gostava tanto assim do álbum. Felizmente, o tempo passa e o universo dá um jeito de alinhar as estrelas e proporcionar o momento oportuno para coisas incríveis acontecerem e foi exatamente isso que aconteceu em setembro do ano passado, quando resolvi dar uma nova chance ao disco e tô até agora de queixo caído. Shame on you, Michelle de 15 anos! É possível que este seja o meu disco preferido do Michael Jackson? É possível sim. E é bem possível que eu mude de ideia amanhã, porque sou exatamente esse tipo de pessoa. 
Faixas preferidas: TODAS. Mas, principalmente Just Good Friends, Man In The Mirror (pois muito óbvio, já que essa música é linda), Dirty Diana e Smooth Criminal.

Full Moon Fever (Tom Petty, 1989). Esse aqui me fez companhia durante muitos momentos de caminhada quando precisava lidar com a ansiedade. Não sei bem o que é que rola, mas eu realmente me sinto muito tranquila depois de escutar esse álbum em que todas as músicas são boas - inclusive Zombie Zoo, que o próprio Tom Petty não gostava e eu fiquei chocada quando descobri, pois acho bem divertida -, mesmo quando trazem um quê de tristeza. O que eu mais gosto no álbum é que, ao mesmo tempo em que ele me transporta para outra década, também soa bastante atual e atemporal. Logo, estamos falando de um clássico. Escutem Tom Petty, gente.
Faixas preferidas: Free Fallin' (pois óbvio!), I Won't Back Down e A Face In The Crowd.


Menção honrosa

Melodrama (Lorde, 2017). Por mais que o álbum seja muito bom e eu tenha gostado demais de ter escutado, não posso mentir e dizer que foi uma das principais adesões à trilha sonora da minha vida. Pois não foi e também sinto que não será. Acho que a Lorde fez um trabalho incrível, autoral e cheio de sentimento e eu amo muito esse tipo de artista. Adoro o que ela representa e fico muito feliz de ver tanta gente que acompanho na internet se identificando com o Melodrama. Eu queria muito me sentir super entusiasta do disco também, mas acho que tô ficando velha? Não sei. Acho que teria aproveitado melhor se o disco tivesse sido lançado quando eu era mais nova, porque a sensação que eu tenho quando escuto é a mesma de quando encontro fotos dos tempos de colégio e início da faculdade perdidas no computador.
Faixas preferidas: Green Light, Supercut e Perfect Places.

***

TOP 7: Os melhores álbuns de 2017

Divide (Ed Sheeran). Confesso que depois da overdose que tive desse disco, quase o ignorei na hora de fazer a retrospectiva. Porém, preciso ser justa e dar ao Divide (não consegui colocar o símbolo matemático, bear with me) o reconhecimento que ele merece. Não dei muita bola para a repercussão do álbum, mas o que compreendi é que esperavam mais do disco e do comeback do Ed. Qualquer que tenha sido o consenso geral, eu não poderia me importar menos porque achei o álbum bom, coerente com a proposta e com o que o Ed Sheeran faz. Achei tudo bem honesto, sentimental e...romântico demais, com uma quantidade de baladinhas considerável. E, talvez, essa seja a razão de eu não ter amado o disco incondicionalmente e de não o considerar o meu preferido do cantor (esse lugar ainda é todinho do X). Ainda assim, gostei o suficiente para colocar na minha lista de favoritos de 2017.
Faixas preferidas: Eraser, Galway Girl e Nancy Mulligan.

Harry Styles (Harry Styles). Óbvio que não deixaria o disco de estreia do Harry de fora da lista. Mas eu preciso fazer um desabafo e dizer que quase fiz isso porque o hype em cima do álbum foi tão exaustivo que eu peguei ~bode~ e depois de alguns meses, não consegui escutar mais. E o Harry não tem nada a ver com isso, pois o álbum é bom, bem honesto e cumpre o seu papel de mostrar quem é o Harry fora do One Direction e que tipo de som ele quer fazer. E por mais que ele mereça todos os aplausos por seu talento e seu trabalho, acho que houve um exagero quando começaram a surgir comentários de que o mais belo girassol do universo seria a salvação do Rock. Fiquei intrigada com comentários do tipo porque até onde eu sei, o Rock sempre esteve aí e sempre estará, vivíssimo e sem precisar de salvação. Não foi justo com o Rock e muito menos com o Harry, que só quer ser feliz fazendo as músicas dele. Falando do disco, como disse, achei bem honesto em termos de sonoridade, mas sigo achando Harry Styles uma pessoa bem misteriosa e intrigante e que pouco se revela nas letras. Mas acho que foi essa a intenção. No mais, acho que é um ótimo álbum de estreia, uma boa homenagem ao rock dos anos 60 e 70 e que, felizmente, atingiu as minhas expectativas e, por isso, está neste prestigioso TOP 7.
Faixas preferidas: Todas, menos Woman, que achei bem...meh.

The Breaker (Little Big Town). Até fevereiro de 2017, a minha lista de conhecimentos acerca do Little Big Town consistia em: 1) é um grupo country e 2) gravaram uma música que a Taylor Swift compôs. Não posso afirmar que meus conhecimentos na área tenham se expandido, mas pelo menos conheço mais músicas deles graças à The Breaker. A sonoridade geral do disco é bem country pop e à essa altura do campeonato, um ano depois, não me lembro o que me fez gostar tanto do disco e só sei que escutei exaustivamente por dois ou três meses e sempre que o vejo na minha biblioteca do Spotify, sinto uma sensação boa e fico sorrindo. Isso provavelmente resulta das good vibes sonoras que integram o disco, que traz faixas mais melancólicas e de términos de relacionamento, mas que, de forma geral, é bem alto astral. Eu acho.
Faixas preferidas: Lost In California, Free e Don't Die Young, Don't Get Old.

Younger Now (Miley Cyrus). Acompanho a Miley Cyrus à distância há anos e, tirando um single ou outro, nunca me interessei muito por suas músicas. Porém, tudo começou a mudar quando escutei Malibu pela primeira vez e me apaixonei completamente. Depois disso, passei a aguardar ansiosamente o novo disco dela e quando ele chegou até nós, eu não me aguentava de felicidade. Em Younger Now, Miley honra suas raízes country sem abandonar o pop completamente e faz um álbum mais pensando em si do que nos outros e no que eles irão achar. O resultado é um trabalho sincero, apaixonado (pelo som e pelo Liam Hemsworth) e com vocais roucos para os quais, como disse, sou completamente vendida. A Miley tem uma voz maravilhosa e eu poderia passar horas escutando, coisa que fiz com esse trabalho.
Faixas preferidas: Week Without You, Bad Mood e Love Someone

reputation (Taylor Swift). Toda a minha opinião sobre o disco poderia ser definida pela expressão 'são questões'. Digo isso porque ao mesmo tempo em que sinto que este não é o melhor disco da Taylor, também sei que não é o pior e que sequer poderia ser classificado como um álbum ruim. Acho que nossa melhor amiga famosa chegou naquele ponto da carreira em que qualquer coisa que ela lance, por mais incrível que seja (o que não penso ser o caso do reputation), jamais irá atingir o nível de hype e aceitação que o 1989. E tudo bem, pois é um álbum necessário e o único que ela poderia lançar à essa altura. reputation é o Bad da Taylor Swift, que está exaustíssima de si e da imagem que criaram para ela (e que ela alimentou!) e decidiu ~se matar~ para começar de novo, de um jeito mais sombrio e de quem pouco está se importando com o que vão achar e só quer mesmo fazer umas músicas sem se levar muito a sério - tudo isso, claro, de um jeito extremamente calculado porque estamos falando de Taylor Swift, after all. E apesar de tudo isso que eu disse, eu não consigo evitar pensar que esse disco é, tipo, MEU DEUS QUE DISCO! Existe um quê de desconexo na sonoridade, mas adoro como tudo parece progredir de forma bem natural dentro da narrativa swiftiana. As letras continuam ótimas e extremamente confessionais, mostrando uma Taylor mais ~perigosa~, mas que ainda tem seu coração partido apenas para se apaixonar novamente. Além daquela óbvia dose de shade (RISOS!!!!).
Faixas preferidas: Don't Blame Me (QUE HINO!), Getaway Car e This Is Why We Can't Have Nice Things.

Places (Lea Michele). A Lea é uma das minhas cantoras preferidas no momento e, ao contrário do que costuma acontecer, sinto que minha admiração irá perdurar por muitos anos. Digo isso não só porque me identifico com ela, mas também porque adoro o quão clássica ela é. Tendo iniciado a carreira na Broadway, toda a sua teatralidade e poder performático transparece em Places, que apesar de ser o seu segundo álbum, é o primeiro em que sua essência está 100% presente. Assim como a Miley, aqui Lea volta às suas origens sem dar importância às tendências da música pop atual e, assim, entrega um álbum atemporal e elegante, com ares de Celine Dion, Mariah Carey e, claro, Barbra Streisand - sua maior inspiração. Aquilo que falei sobre o Chaos and the Calm se aplica ao Places, pois consigo me imaginar facilmente, aos 50 anos, escutando o álbum e pensando no quanto ele marcou os meus vinte e poucos anos.
Faixas preferidas: Love is Alive, Believer e Getaway Car (não confundir com a da Taylor).


O melhor, o maior, o mais importante álbum de 2017

Lindsey Buckingham Christine McVie (Lindsey Buckingham e Christine McVie). Esse foi o álbum que me fez gritar viver é bom demaaaaaaaaaaaaaaaaaais em 2017 e cuja existência me deixa muitíssimo agradecida. Sabe quando a gente escuta um disco e já sente que acabamos de conhecer um favorito que irá nos acompanhar por muitos e muitos anos? Pois é exatamente essa a sensação que tive quando escutei os primeiros trechos do Buckingham McVie (me desculpem, mas tive que abreviar) e percebi que estava vivendo algo muito mágico e precioso e que não queria que acabasse. Não me surpreendo que isso tenha acontecido, já que 1) o Fleetwood Mac é uma das minhas bandas preferidas, 2) este é praticamente um disco do Fleetwood Mac sem a Stevie Nicks, que foi a única que não fez alguma participação especial e 3) Lindsey e Christine são absurdamente talentosos, a ~química musical~ dos dois é ótima e fico fascinada com o quanto eles se complementam. Além disso, é um álbum de rooooooooock dos anos 70, porém com um quê de atualidade!!!! E todas as músicas são boas!!!!! As letras são uma delííííííííííííííííciaaaaaaaaaa!!!! Dá vontade de escutar em loop pra sempreeeeeee!!!!!  AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH VIVER É BOM DEMAAAAAAIS!
Faixas preferidas: TODAS. ABSOLUTAMENTE TODAS. ESCUTEM TODAS.

12 de fevereiro de 2018

COISAS QUE GOSTEI: A Corrida de Escorpião (Maggie Stiefvater)

A Corrida de Escorpião, de Maggie Stiefvater, foi um dos livros que mais gostei de ler no ano passado e virou rapidamente um dos meus favoritos da vida. Hoje quero listar as coisas que mais gostei a respeito do livro e sua história.


🐎Os personagens
Nunca tinha lido algo da autora antes e não vou  mentir: eu não esperava encontrar personagens tão bem desenvolvidos. Não que eu estivesse subestimando Maggie Stiefvater, mas é que a sinopse lida há muito tempo me fez imaginar que encontraria uma história de ação e, por isso, imaginei que os personagens não teriam muito espaço em termos de desenvolvimento. Fico feliz que tenha "quebrado a cara", porque sem sombra de dúvidas, este é um livro sobre personagens e são eles que conduzem tudo, em especial os protagonistas. Sean e Puck são tão bem construídos e suas motivações são tão reais, que era difícil acreditar que eles não existem. O que mais me fascinou a respeito desse aspecto é que eu conseguia visualizar os personagens com muita clareza enquanto lia, seus trejeitos e fisionomias. Isso não acontece muito comigo e na maioria dos casos, os personagens são meio que borrões genéricos e sem cara. Puck e, principalmente, Sean têm um rosto na minha imaginação e eu adoro que a Maggie Stiefvater conseguiu fazer isso. ♥

🐎A ambientação
Sou completamente vendida para histórias que acontecem no litoral e a ilha de Thisby, ainda que desagradável, é um lugar bem fascinante. Seu aspecto geral e seus moradores nos fazem acreditar que é uma ilha comum, com um aspecto de cidade pequena em que todo mundo se conhece por gerações, a principal fonte de renda dos moradores é a Corrida de Escorpião, um evento que atrai muito turistas. Porém, aos poucos, percebemos que há algo de místico no lugar e que a história traz sim alguns elementos sutis de fantasia.

🐎O romance
Eu sou aquela pessoa que, normalmente, torce o nariz para romances em livros YA. Na maioria das experiências que tive, achei tudo mal desenvolvido, instantâneo e com cara de tapa buraco para histórias com falhas. Porém, A Corrida de Escorpião me fez perceber que quando bem construído, o romance pode ser tão envolvente que a única solução possível é começar a shippar absurdamente o casal. E o que mais gostei é que aqui o romance não tira o foco dos acontecimentos principais e que são as reais prioridades dos personagens. Tudo acontece de uma forma bem natural e com um ritmo coerente. Os motivos para ficarem juntos, assim como os obstáculos são completamente plausíveis e isso faz com que o leitor acredite ainda mais no relacionamento.

🐎Os cavalos
Maggie Stiefvater nos apresenta aos temíveis cavalos d'água, criaturas sedentas por sangue completamente assustadoras. Indomáveis, são capturados e tirados do mar para serem usados nas corridas e é justamente nesse contexto que se tornam mais agressivos e assassinos. São horrorosos, mas também muito belos. De todos, o mais fascinante e perigoso é Corr, que enxergo como o terceiro protagonista da história. Adoro como ele é cheio de personalidade e, ao mesmo tempo em que é bem violento, também tem uma doçura bem particular, compartilhada apenas com Sean. Aliás, o vínculo dos dois é uma das coisas mais lindas, além de um excelente motivo para dar uma chance à leitura.

🐎A escrita de Maggie Stiefvater
Nenhum dos três itens anteriores seria possível se Maggie Stiefvater não escrevesse tão bem. Desde a escolha de palavras até o ritmo propositalmente lento, tudo na narrativa é utilizado como um recurso para nos envolver cada vez mais com a história contada, seus personagens e toda a mitologia por ela criada.

🐎A vontade imediata de começar a ler de novo
Não são muitos os casos em que termino de ler um livro e sei que irei reler em algum momento e menor ainda é a quantidade de livros que virei a última página já sentindo vontade de reviver todas as emoções proporcionadas pela leitura. Adoro quando isso acontece porque significa que a leitura me marcou ao ponto de eu não querer me despedir e irei carregá-la comigo por anos; e essa é exatamente a sensação que tive ao concluir a leitura de A Corrida de Escorpião - que, no momento, ocupa o topo da lista de livros para reler. ♥

9 de fevereiro de 2018

Memórias da Princesa: os diários de Carrie Fisher

Sobre o que é?
Memórias da Princesa: os diários de Carrie Fisher tem um título quase autoexplicativo, pois trata dos diários que a atriz escreveu durante o período em que estava gravando o primeiro filme da franquia Star Wars, em 1976, quando tinha 19 anos. Logo no início, Carrie já avisa que não tem certeza sobre todos os fatos registrados nos diários, tanto por conta da passagem do tempo, quanto pela quantidade de álcool e drogas que consumiu na época. Com o intuito de contextualizar e de apresentar ao leitor que talvez não saiba quem ela é, Carrie discorre um pouco sobre sua família e criação pouco convencionais - ela era filha de Debbie Reynolds e Eddie Fisher, astros da Era de Ouro de Hollywood -, tendo os holofotes como parte de sua vida desde muito pequena e como lidar com isso sempre foi muito difícil, já que ela não gostava da exposição decorrente da fama. O escândalo envolvendo o divórcio bastante público de seus pais também é um assunto no qual ela toca, deixando claro que não tinha uma boa relação com ambos, principalmente seu pai.

Sem sombra de dúvidas, o destaque maior fica para os trechos em que ela fala sobre o breve romance que manteve com Harrison Ford - fato que até então, não havia sido revelado -, casado na época e muitos anos mais velho. Ela chega, inclusive, a recordar que o relacionamento era tão perturbador que foi a principal razão para que mantivesse os diários, que funcionavam como uma válvula de escape para toda a loucura que estava acontecendo em sua vida.

O que eu mais gostei?
Com certeza, a oportunidade de saber um pouco mais sobre Carrie a partir de informações que a mesma decidiu compartilhar. Apesar de o foco principal ficar por conta dos diários, ela dedica uma parte considerável do livro à comentários sobre sua infância e sua adolescência e, claro, sobre o momento em que virou a Princesa Leia, discorrendo sobre os testes, convívio com elenco e produção dentro e fora das telas, a pressão para adequar o seu peso ao padrão de beleza exigido, a fetichização de Leia e a relação com os fãs (ela era muito agradecida por todo o amor e o carinho e adorava tudo isso, mas se incomodava porque muitas vezes alguns fãs passavam dos limites e se esqueciam que ela era um ser humano e não apenas uma bela princesa em uma aventura espacial).

O tom de humor bastante autodepreciativo e debochado também é um aspecto positivo do livro. Por trás de todas as brincadeiras e piadas, fica muito claro que Carrie não apenas está contando uma história sobre o seu passado, mas também criticando a postura de homens da indústria que cruzaram o seu caminho e que reflete na postura, de forma geral, do público. É triste perceber que por trás da forte Princesa Leia, estava uma menina de 19 anos completamente perdida, assustada, negligenciada e da qual muita gente se aproveitou (cabe aqui mencionar o biquíni que ela teve que vestir na cena em que vira escrava do Jabba em O Retorno de Jedi). Pior ainda é perceber que, com o passar dos anos e seu natural envelhecimento, tenha "desaparecido"; apenas para voltar a ser lembrada quando passou a ser "interessante novamente" quarenta anos depois, quando um novo filme de Star Wars passou a ser produzido. Aqui passamos a refletir também sobre o quanto Hollywood e a indústria do entretenimento é cruel com pessoas que começam a envelhecer, principalmente mulheres.

Outro ponto que chamou a minha atenção foi a relação de Carrie com sua mãe. Pelos comentários, é possível perceber como foi difícil para ela crescer sendo filha de uma atriz famosa e vivendo nos bastidores de seus espetáculos - ela chegou, inclusive, a fazer backing vocal nos shows de Debbie quando era adolescente. Ainda que ela não diga com todas as letras, dá para perceber que há algum ressentimento de Carrie em relação à mãe, que pareceu priorizar o show business acima de tudo e que nunca foi uma mãe "normal", do tipo que a proibisse de fazer coisas, por exemplo, mas que fizesse propostas muito esquisitas, como assistir a filha fazer sexo para poder dar umas dicas de como se comportar nesse tipo de situação. 

O que pode ser motivo para não gostar?
Os diários propriamente ditos, que não ocupam a maior parte do livro, apesar do título. Acontece que aqui temos uma mistura de livro de memórias escrito por Carrie pouco antes de começar a gravar O Despertar da Força e os diários que manteve em 1976. E os trechos dos mesmos consistem em poemas, frases desconexas, trechos de músicas e algumas entradas que fazem mais sentido. É exatamente o que se espera de um diário, mas que pode ficar um pouco cansativo depois de um tempo, já que é bastante repetitivo. 

Recomendo para quem?
Fãs de Star Wars, fãs de Carrie Fisher e pessoas interessadas em memórias de personalidades do cinema.

Considerações finais
Senti que parte do estilo de Carrie se perdeu na tradução o que fez a leitura soar um pouco travada. Se possível, opte pelo texto original.

"No entanto, a principal coisa que você percebe sobre a Leia de cera é que ela está quase nua. (...) Todos os outros foram vestidos com as roupas convencionais do primeiro filme. Eu tive que usar a roupa que Jabba escolheu para mim. Jabba the hutt, o fashionista. Jabba the hutt, o Coco Chanel do estilo intergaláctico. Lança tendências, se dedica à moda, lidera os looks femininos no seu mundo, no seu planeta e outros. Na cera, sempre vou estar com a roupa escolhida pelo bandido Jabba. Na cera e sem cera, sempre vou estar com cara de chapada".

8 de fevereiro de 2018

7 de fevereiro de 2018

The 80's Nostalgia: uma playlist para sentir saudades de uma década que não vivi, mas considero pakas

O post de hoje é para apresentar uma playlist que para mim ficou conhecida como a conclusão de uma ideia que morava na minha cabeça desde julho do ano passado. Acontece que, mesmo sendo uma pessoa de álbuns e que não tem o hábito de escutar músicas avulsas, encontro um enorme prazer em fazer listas musicais e desde que comecei a usar o Spotify, sempre que tenho uma ideia já começo a montar playlists privadas que funcionam mais ou menos como os rascunhos do Blogger: raramente encontram a luz do dia e morrem de forma obscura enquanto outras listas passam a ocupar o topo do feed de playlists. 

Pois bem, dessa vez temos uma sobrevivente que lutou bravamente para vencer a disputa e a sua composição é feita de faixas igualmente guerreiras porque foi dolorosamente difícil fazer a seleção e os cortes. Mas calma que já estou me adiantando. Acho que cheguei a comentar por aqui ou por qualquer outro canto no qual me manifesto nessa terra sem lei chamada Internet, mas faz um tempo considerável que venho vivendo musicalmente nos anos 1980, essa década maravilhosa que não vivi, mas considero pakas. Há algo de muito ~mágico~ nas músicas feitas naquela época, capaz de me transportar para uma sensação de segurança e paz que pouco têm a ver com as letras e muito têm a ver com a minha percepção delas, marcada sempre por questões muito subjetivas e que nem eu mesma sou capaz de compreender. É a nostalgia, meus caros. Ela nem sempre faz sentido. Assim, senhoras e senhores leitores, é com muito deleite que lhes apresento The 80's Nostalgia, a playlist!


#01 Maneater - Daryl Hall & John Oates
#02 Torture - The Jacksons
#03 Africa - Toto
#04 Another Day In Paradise - Phil Collins
#05 Waiting for a Girl like You - Foreingner
#06 With or Without You - U2
#07 Mad World - Tears For Fears
#08 Big in Japan  - Alphaville
#09 Sweet Dreams (Are Made of This) - Eurythmics
#10 Stand Back - Stevie Nicks
#11 Just Good Friends - Michael Jackson, Stevie Wonder
#12 Back in Time - Huey Lewis & The News
#13 Invisible Touch - Genesis
#14 Summer Of '69 - Bryan Adams
#15 Dirty Diana - Michael Jackson
#16 Little Lies - Fleetwood Mac
#17 Go Insane - Lindsay Buckingham
# 18 Take On Me - a-ha
#19 Don't You (Forget About Me) - Simple Minds
#20 Even The Score - America

4 de fevereiro de 2018