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30 de dezembro de 2020

Retrospectiva Musical 2020

Antes de começar a distribuição dos troféus, é sempre bom lembrar que: 

  1. Não escutei todos os lançamentos de 2020.
  2. O post é sobre o que escutei em 2020 e, por isso, a retrospectiva irá incluir coisas que não foram lançadas durante o ano.
  3. Mais uma vez, as categorias estão um pouco diferentes das edições anteriores. Algumas sumiram, outras surgiram e algumas foram modificadas.
Agora podemos prosseguir com a premiação. 


Escutei pouco, mas gostei e deveria ter prestigiado mais em 2020: D-2 (Suga), Women in Music Pt. 3 (HAIM), Confetti (Little Mix), Wonder (Shawn Mendes)
Achei que ia amar, mas foi só ok: Chromatica (Lady Gaga)
Foi bom enquanto durou: Imploding The Mirage (The Killers)


O orgulhinho do ano: ENHYPEN
O reencontro do ano: Miley Cyrus
Finalmente entendi o hype: o K-Pop
As vozes do ano: Taylor Swift e G-Dragon
O grupo do ano: BTS


Bate - bola das músicas

A primeira música do ano (ritual do shuffle): God Was Never on Your Side (Motörhead)
A música do ano: ON (BTS)
As good vibes do ano: Dynamite (BTS), Chew On My Heart (James Bay), In Your Eyes (The Weeknd), Lovesick Girls (BLACKPINK), Love Again (Dua Lipa)
As músicas roqueiras do ano: Midnight Sky (Miley Cyrus), 3am (Halsey)
Os feats. do ano: exile (Taylor Swift & Bon Iver), no body, no crime (Taylor Swift & HAIM), Black Rose (Taemin & Kid Milli), Mood (24kGoldn & iann dior), Night Crawling (Miley Cyrus & Billy Idol) 
Grata surpresa: Geronimo (The Soundflowers), Swimming In The Stars (Britney Spears), Show Them The Way (Stevie Nicks)
Troféu Taylor Swift 2020: my tears ricochet
Músicas que não são de 2020, mas que amei conhecer esse ano: Untitled, 2014 (G-Dragon), Sherlock (SHINee), Blood Sweat & Tears (BTS), One Shot (B.A.P.), PAGE (GOT7)


Aquele que voltou para aquecer o meu coração:
Fine Line (Harry Styles, 2019),

Os mini álbuns/EPs que amei ouvir em 2020: DYE (GOT7), The Dream Chapter: Eternity (TXT), The Soundflowers (The Soundflowers), minisode1: Blue Hour (TXT), BORDER: DAY ONE (ENHYPEN)

Os álbuns e EPs que não foram lançados em 2020, mas que conheci e ouvi bastante esse ano: Coup d'Etat (G-Dragon, 2013), One Shot (B.A.P., 2013), Dark & Wild (BTS, 2014), MADE (BIGBANG, 2017), Kwon Ji Yong (G-Dragon, 2017), Hope World (J-Hope, 2018)


O álbum que não foi lançado em 2020, mas ouvi muito durante o ano
e virou favorito da vida: Love Yourself: Answer (BTS, 2018)

Menções honrosas: THE ALBUM (BLACKPINK), wilted (Paris Jackson), evermore (Taylor Swift)

TOP 10 melhores álbuns de 2020

10º Heartbreak Weather (Niall Horan)
Kid Krow (Conan Gray)
Manic (Halsey)
BE (BTS)
Plastic Hearts (Miley Cyrus)
Future Nostalgia (Dua Lipa)
Map of the Soul: 7 (BTS) 
Never Gonna Dance Again: Act 1 & Act 2 - The 3rd Album (Taemin)
After Hours (The Weeknd)
folklore (Taylor Swift)


19 de dezembro de 2020

As músicas que (talvez) mais ouvi em 2020


Chegou o dia de seguir com a tradição (?) de compartilhar as músicas que mais ouvi durante o ano. Como nos anos anteriores, a lista de hoje não é 100% exata, até porque em 2020 até o LAST.FM me decepcionou, já que parou de fazer scrobbler por uns meses. Mais uma vez, vou seguir a minha regra de não colocar mais de uma música do mesmo artista; e como esse ano ouvi muitos grupos com artistas que também lançam trabalhos solo, optei por aplicar essa mesma regra, então se o grupo aparece na lista, o trabalho solo fica de fora ou vice-versa. E, mais uma vez, não vale repetir músicas que já apareceram nas listas dos anos anteriores. Agora, sem mais enrolação, vamos às músicas que mais ouvi em 2020!

No ano em que comecei a ouvir BTS, nada mais correto que a música que eu mais ouvi tenha sido a primeira que conheci e a minha favorita do grupo. De acordo com o LAST.FM, ouvi 77 vezes, mas eu sei que é muito mais que isso, já que também ouvi muito a versão rock. De qualquer forma, FAKE LOVE é a melhor-música-perfeita-sem-defeitos-nunca-errou, obrigada pelos mimos, Kim Namjoon e demais envolvidos.

No ano em que comecei a ouvir k-pop, nada mais correto que uma das músicas mais ouvidas seja justamente uma daquele que é considerado o rei. Como eu sou muito vendida pra essas músicas que são meio flerte e amor bandido (acho que é isso, não li a tradução), obviamente que amei essa aqui e é óbvio que ouvi até não aguentar mais. Inclusive, saudades desses tipos de feat na música pop. 

A MELHOR MÚSICA DO FOLKLORE. Uma das melhores da Taylor, uma das minhas favoritas. Eu amo essa música, ouço sempre e vou amar para sempre.

Essa música é um HINO. Não dá pra ouvir apenas uma vez e logo que a conheci, devo ter deixado tocar em loop por várias horas. E com o clipe e/ou performances ao vivo ela fica ainda melhor. Uma das melhores descobertas musicais que fiz em 2020. 

Depois de me apaixonar pelo BTS, é óbvio que eu iria me apaixonar também pelo boygroup irmãozinho. E o TXT nem precisou se esforçar porque é necessário ser muito insensível pra assistir ao vídeo de CROWN e não achar adorável. No mais, a música é pop perfection, eu a AMO DEMAIS e é por isso que ouvi exaustivamente.

A música que me fez entender que boyband boa pode cantar em qualquer língua e vai continuar sendo boa. Adoro absolutamente tudo nessa música e a letra fazendo referência a Romeu e Julieta só deixa tudo melhor.

MUSICÃO. Nada mais a declarar além de: essa é uma das melhores músicas que Abel Tesfaye já fez. Ouçam The Weeknd. Ouçam o After Hours. Ouçam Faith. E ignorem o Grammy.

Nos primeiros meses de 2020 - uma época que até parece 2019 -, ouvi demais o disco do Conan Gray e antes disso, ouvi demais essa música antes do disco ser lançado. Hoje já não aguento mais, mas sempre vou lembrar dela com carinho. É uma ótima música, daquelas que grudam na cabeça e a gente fica cantando sem parar.

A MELHOR MÚSICA DO FUTURE NOSTALGIA. Letra boa, batida boa, vibe boa. Tudo nessa música é da melhor qualidade. E acho que vai envelhecer muito bem.

Saiu no final do ano passado, mas eu me acabei de ouvir em 2020 e até hoje não me cansei. É a minha música favorita do Harry e definitivamente uma das melhores dele.

***

Menção honrosa: 
Porque não é todo dia que a gente ganha um remix com a participação da Stevie Nicks. Obrigada à todos os envolvidos.

13 de dezembro de 2020

Sobre reler O morro dos ventos uivantes | Diário de Leitura #02

No início do ano, reli um dos meus livros favoritos: O morro dos ventos uivantes, de Emily Brontë. Foi uma releitura que aconteceu sem nenhum planejamento, estava no litoral, o calor era o típico do verão, os dias estavam ensolarados e o céu era de um azul vivo. De forma alguma descreveria o momento como o ideal para mergulhar em um clássico vitoriano, mas acho que essa imprevisibilidade foi o que tornou a experiência ainda melhor. Lembro que havia concluído a releitura de Harry Potter e a Câmara Secreta e, sem saber qual livro começar, decidi ler apenas os primeiros capítulos da obra de Emily Brontë na edição da L&PM disponível no catálogo do Kindle Unlimited. "Ah, quero só me lembrar de como a história começa", eu disse iludida e horas depois já estava completamente mergulhada mais uma vez nos tormentos de Cathy e Heathcliff.

A releitura aconteceu entre os dias 7 e 25 de janeiro de 2020. 

Ao mesmo tempo em que a releitura me trouxe familiaridade, a história me parecia completamente diferente. Pude enxergar novas camadas, assim como a complexidade de seus personagens. Um dos pontos que achei mais interessantes e que não havia notado na primeira leitura é como a autora parece espelhar alguns deles (Heathcliff e Hareton, por exemplo) e como a história traz um aspecto meio cíclico, como se tudo formasse um círculo e se amarrasse no final. Também prestei mais atenção ao fato de que aqui também temos um caso de um relato de um relato, o que me fez questionar o tempo todo se as coisas eram exatamente como os narradores contavam. Essa estrutura me lembrou bastante a de Frankenstein, de Mary Shelley, mas também enxerguei outros pontos de semelhança em ambos os romances: a natureza parece refletir o humor dos personagens e em alguns momentos parece se tornar um personagem também; os personagens são todos dúbios, têm atitudes questionáveis e, em alguns casos, buscam algum tipo de vingança ou redenção. Há também o fato de que são poucas as pessoas em ambas as histórias que conseguem ganhar a simpatia do leitor. Tanto Emily Brontë quanto Mary Shelley criaram personagens detestáveis e, consequentemente, bastante humanos.

Um dos meus maiores receios antes de iniciar essa releitura era o de problematizar Heathcliff até chegar ao ponto de odiá-lo e parar de considerá-lo um dos meus personagens favoritos da literatura. Felizmente, nada disso aconteceu e acho que o amo mais enquanto personagem agora, mais de dez anos depois, do que quando eu tinha 18 anos. Acho que dessa vez, ainda que eu questionasse ainda mais as suas atitudes, consegui enxergá-lo de uma forma mais humana e, talvez por isso, senti o seu sofrimento e percebi o quanto ele está atormentado. Já em relação a Cathy, não sei dizer se avancei muito em sua compreensão. Claro que dez anos depois, consigo enxergar melhor as dificuldades de ser uma mulher no século XIX - infelizmente, algumas não se limitaram apenas à Inglaterra ou àquele período - e, dessa forma, também posso entender as motivações por trás de algumas de suas escolhas. Ainda assim, cheguei ao final da releitura sem a certeza de que havia de fato entendido quem é Catherine Earnshaw. Mas, talvez, seja exatamente essa a intenção da autora. Como concluí a releitura já sabendo que a experiência não demoraria a se repetir, da próxima vez que eu visitar O morro dos ventos uivantes, vou prestar ainda mais atenção nesse ponto.

29 de setembro de 2020

Em 2020, comecei a ouvir BTS

(ou: um guia para a minha jornada ARMY que pode funcionar para você também!)


É uma verdade quase universalmente desconhecida que o ano de 2020 se tornou o ano em que eu comecei a ouvir BTS. Começou de forma completamente inofensiva, com a minha irmã me enviando um vídeo de performance do grupo no programa do Jimmy Fallon, seguido do videoclipe da mesma música e, no dia seguinte, o vídeo da participação no Carpool Karaoke do James Corden. Era a segunda semana de março, a quarentena estava começando. Obviamente, não passei os últimos anos vivendo debaixo de uma rocha e é claro que já tinha ouvido falar de BTS e k-pop, conhecia por alto os nomes de dois integrantes e até já conhecia duas ou três músicas. Mas eu só estava observando à distância. Havia certa curiosidade, mas ao mesmo tempo havia aquele estranhamento e um certo receio de que não seria algo para mim.

Mas é claro que eu estava enganada e o universo só estava esperando o momento oportuno para me contar. E foi assim que, no primeiro fim de semana da quarentena, eu e minha irmã fizemos um intensivão e maratonamos praticamente todos os videoclipes e performances recomendados pelo robozinho do YouTube, aprendemos os nomes de cada um dos sete integrantes, assim como suas histórias, seus signos, seus hobbies, suas personalidades e, claro, qual papel cada um desempenha dentro da instituição BTS. Em menos de 48h fui invadida por aquela mistura muito louca de alegria alucinada e vontade de voar. O tipo de coisa que você sente quando encontra o Peter Pan e ele te convida para ir para a Terra do Nunca. Eu voltei a acreditar em unicórnios


De lá pra cá, não confirmo e nem nego que já tenha assistido um número constrangedor de compilações de fãs no Youtube (essa aqui é um ótimo guia para quem quer entender o que é o BTS de forma direta e simples), lido uma biografia do grupo, passado duas madrugadas acordada assistindo os shows da Bang Bang Con (obrigada pelos mimos, BigHit), investido uma quantidade considerável de tempo analisando cada um dos integrantes com o objetivo de decidir o famigerado bias e, claro, tenha gastado dinheiros comprando Funko e caneca temática da mixtape do bias (J-Hope, você é tudo para mim <3). Se alguém tivesse me contado que uma das minhas maiores fontes de alegria no ano em que completei três décadas de existência neste planeta esquecido por Deus no meio de uma pandemia seria uma boyband sul coreana, eu não teria acreditado. Mas essa é a beleza da vida, meus caros: ela sempre pode nos surpreender. Assim, com o intuito de registrar esse momento mágico em meio ao caos em nossas vidas, eu e minha irmã decidimos fazer um desafio de 30 dias com BTS nos stories do Instagram - só entre nós e de forma privada. A brincadeira aconteceu entre os dias 23 de abril e 24 de maio e foi uma das coisas mais divertidas do ano. Definitivamente, uma boa válvula de escape durante esses tempos tristes e difíceis. 

Como eu levo esse tipo de coisa muito a sério e realmente pensei nas minhas respostas, não queria depender apenas do Zuckerberg para ter algum registro desse momento na minha vida musical. Por isso, decidi transportar o desafio para o meu blog, aproveitando que a plataforma do Blogger tem mais recursos para ~enriquecer~ a experiência de quem eventualmente leia este post - ou apenas a Michelle do futuro. Assim, deixarei links para as músicas, para os videoclipes (conhecidos como MV no universo k-pop), performances ao vivo e para qualquer outra coisa que eu ache necessário, ok? Com o passar dos meses, algumas das minhas respostas foram mudando, mas preferi conservar as minhas escolhas originais. Ah, e como o BTS optou por lidar com a pandemia produzindo músicas novas e se adaptando a esse novo modo de ser artista em 2020, vou deixar alguns links de coisas feitas nos últimos meses no final do post.

Agora, sem mais delongas, se acomodem em posições confortáveis e peguem seus fones de ouvido. Senhoras e senhores, bem-vindos ao mundo de Bangtan Sonyeondan!


A primeira que ouvi
FAKE LOVE. Ouvi pela primeira vez em 2018, quando o MV foi lançado e lembro de ver uns surtos na minha timeline do Twitter. Não vou mentir, meu coração já sentiu algo naquela ocasião, mas não persisti e segui amando essa música de forma mais contida durante os anos que se seguiram.

Me fez virar Army
Make It Right. Gostei logo que ouvi pela primeira vez e senti que havia algo de familiar, aí descobri que o Ed Sheeran esteve envolvido na faixa. A apresentação no The Late Show with Stephen Colbert em 2019 foi quando comecei a perceber que eu tinha um potencial bias.

Que me anima
DNA. Tudo, absolutamente tudo!, nessa música me anima. A batida, a melodia, o refrão, o MV, as cores, os figurinos, tudo!

Que me faz chorar
Nenhuma me faz chorar ainda, mas Spring Day me deixa bem melancólica.
  • Versão em estúdio (Adoro a voz do Namjoon cantando, queria mais músicas dele cantando)
  • MV 
  • Comeback Stage em fevereiro de 2017 (sigo sem compreender o porquê de o J-Hope ter sido esquecido na versão em estúdio, mas fico feliz que pelo menos ao vivo ele tem participação. E, mesmo amando a voz do Namjoon, acho que a versão do Hobi ficou linda também).

Uma da vocal line

The Truth Untold. Não sei o que dizer, só sei sentir. OS. SENTIMENTOS. SÃO. OS. ÚNICOS. FATOS.

Um rap favorito


Não vou mentir, apesar de amar demais a vocal line, a rap line é uma das minhas coisas preferidas de todo o BTS e, de todas as músicas dela, Tear é a que mais me deixa hipnotizada. Eu não entendo absolutamente nada de coreano, mas mesmo assim fico impressionada com a emoção que a música passa e dá pra sentir a angústia dos três, principalmente do Hoseok no final. Aliás, são em momentos como as performances ao vivo de Tear que me lembro do porquê de ele ser o meu bias.

Me acalma
Mikrokosmos. Essa música me passa uma vibe muito boa e me deixa sempre muito tranquila e em paz depois que ouço. Não procurei a letra para saber exatamente sobre o que eles estão cantando, mas os poucos trechos em inglês me fazem pensar que essa é uma música sobre os pequenos universos que criamos com aqueles que são importantes para nós e que, muitas vezes, quando o mundo parece estar acabando, ter essas pessoas ao nosso lado já basta. Gosto de pensar que é sobre a relação dos membros entre si, mas também sobre eles e seus fãs. E, claro, cada pessoa que ouve pode atribuir o seu próprio significado. 

Meu "Outro" favorito
Ego. Primeiro solo do J-Hope que eu ouvi e, se antes disso eu ainda não tinha definido qual integrante era o meu bias, essa música e esse clipe desempenharam um papel importante na decisão. A música é toda dançante (óbvio), alegre e alto-astral. E, ao mesmo tempo, é uma mistura de muitas coisas. É meio frenética, é meio confusa, é meio doida. A letra é outro ponto forte, pois adoro composições que parecem narrativas e são mais confessionais. É o J-Hope refletindo sobre a sua vida e trajetória até o presente e o que ele pretende fazer e quem ele pretende ser agora. O clipe dessa música só amplia tudo que a música sozinha já é capaz de fazer. Dentro da discografia do BTS, ela também é uma das faixas mais diferentes. Eu realmente adoro essa música e o que ela representa dentro do Map of The Soul: 7, tanto para a história do BTS, quanto para a história do Hoseok. Uma bela forma de encerrar um álbum.

Minha "Intro" favorita
Persona. A faixa que deu início à série (?) Map of The Soul, composição do líder do BTS, Kim Namjoon. É claro que tinha que ser ele. No projeto que é uma grande celebração do grupo, sua trajetória, suas conquistas e seu legado, nada mais poético do que a faixa de abertura ser do primeiro membro do grupo, além de principal letrista. Eu adoro como essa música gruda na cabeça, adoro que ela é uma reflexão do Namjoon sobre seu papel como idol, como pessoa com bastante visibilidade e influência e, claro, como líder do maior grupo do mundo no momento. Adoro ainda mais que ele simplesmente deixa de quebrar a cabeça tentando entender quem ele é para focar no que ele quer fazer. Basicamente, não importa como ele vai se chamar e qual é a persona que ele vai assumir, desde que ele possa continuar impactando e ajudando pessoas com a sua música. 

Sei cantar
Heartbeat, a música do jogo BTS World. Sim, eles têm um jogo para celular e eles fazem músicas para a trilha sonora do jogo. Eles trabalham demais. Só sei cantar de verdade a parte do RM, mas é porque ela é toda em inglês (risos). Mais uma vez preciso dizer que amo a voz do Namjoon quando ele está cantando. Por um mundo com mais solos cantados do Namjoon.

Me descreve
I'm Fine. Uma música sobre se sentir bem após encontrar o amor-próprio, sobre saber que para ficar bem não se precisa necessariamente de alguém (seja de forma romântica ou não). Ao mesmo tempo que os meninos soam bastante seguros e confiantes, em alguns momentos parece que estão dizendo essas coisas como uma afirmação para si mesmos. Uma coisa meio fake it until you make it. Porque é aquilo, né, não é uma tarefa fácil se amar, mas a gente tem que acreditar que pode fazer isso. É uma música otimista.

Uma do Hoseok (J-Hope)
Intro: Boy Meets Evil. A música responsável por fazer Jung Hoseok meu bias e, de forma geral, um dos meus artistas preferidos da vida. O que mais gosto nela é que aqui a gente consegue se afastar um pouco daquele lado mais solar, palhaço e espalhafatoso do J-Hope para vislumbrar um pouco do cara real por trás da persona. A faixa abre o Wings, um álbum que achei bem sombrio e pesado e, justamente por isso, sinto que Boy Meets Evil cumpre bem a sua função. Amo que a música oscila entre agressividade e suavidade por meio do rap e dos vocais cantados no refrão. Adoro que a coreografia consegue captar tudo isso. Adoro que a música mostra toda a versatilidade do Hobi. Tenho para mim que durante a fase Wings, ele foi meio que o líder eleito pela necessidade dentro do grupo, que não estava em seu melhor momento (o discurso dele em um dos shows da turnê e também o clipe de We Are Bulletproof: The Eternal me fazem pensar isso). Adoro também que o MV inicia com o Namjoon lendo uma citação do livro Demian, do Herman Hesse (que não li, mas pretendo).

Sei dançar
Go Go. Não sei dançar nenhuma, mas essa tem uns passos que dá para imitar. Tudo, absolutamente tudo nessa música me faz pensar em zoeira. Essa música é uma zoeira sem fim, assim como sua coreografia. Eu adoro essa música.

Unit favorita
Friends. Eu AMO esse dueto do Tae e do Jimin! A amizade dos dois é uma das mais marcantes do grupo e acho lindo que eles fizeram uma música sobre isso justamente quando o grupo completa sete anos de carreira e já passou por tanta coisa. Apesar de os dois terem vozes bem diferentes, nessa música elas combinaram perfeitamente e o resultado é uma música delicinha de ouvir.

Um cover do JK
Lost Stars. É uma verdade quase igualmente desconhecida o fato de que eu não suporto a voz do Adam Levine. Então, obrigada por salvar a música, Jungkook. 

Não gostava muito e agora amo
Mic Drop. Não é que eu não gostasse dessa música, é só que eu não estava nem aí para ela. Até que um dia resolvi prestar atenção e percebi que essa música é muito boa. Essa música é ótima. Essa música é perfeita. Essa música é uma das melhores que ouvi nos últimos anos. Sério, ouçam essa música.

Uma do Taehyung (V)
Inner Child. Acho que o Tae é um dos integrantes mais fascinantes do grupo e a voz dele é, definitivamente, a mais distinta para mim. É uma voz bem diferente e na hora que ele começa a cantar, a gente já sabe que é ele. Foi realmente difícil escolher um solo dele, porque gosto de todos, mas Inner Child acabou ganhando por ser a mais recente e também porque eu acho muito fofo ele escrever uma música para ele mesmo quando era criança e enfrentava dificuldades. O Tae batalhou muito para estar onde está e ele merece demais todo o reconhecimento que tem. A sonoridade synthpop também contribuiu para que eu escolhesse essa música. E aqui, mais uma vez, fico bem chateada com o corona que não nos permitiu assistir performances ao vivo do V cantando essa belezinha. 

Me lembra meu bias
Anpanman. Bias nada mais é do que o seu integrante preferido em um grupo de k-pop. No meu caso, como já mencionei, meu bias do BTS é o J-Hope. E entre as muitas músicas do grupo, incluindo os solos e composições dele, a música que mais me lembra ele é justamente uma na qual ele não teve nenhum envolvimento criativo. Às vezes isso acontece, mas não importa porque Anpanman é uma das músicas mais J-Hope de todo o BTS e quem discorda está errado. O tal do Anpanman no título é um super-herói de um anime bastante popular lá no Japão (e imagino que na Coreia do Sul também) e que faz parte do imaginário infantil. Na letra os meninos cantam sobre esperarem o Anpanman, um super-herói, e meio que aceitarem ocupar esse papel na vida dos fãs ou deles mesmos; e que mesmo que as coisas fiquem ruins eles continuam seguindo em frente como os meninos à prova de bala que sempre foram. Acho que é isso. É óbvio que essa música vai me lembrar do integrante que decidiu se tornar um símbolo de esperança. Além disso, a música tem uma atmosfera muito alegre e vibrante, que é potencializada durante as apresentações ao vivo, quando os meninos parecem estar apenas brincando e se divertindo; principalmente o Hobi, que, entre muitas funções, também desempenha o papel de raio de sol oficial do BTS. J-Hope, já te falei que você é tudo para mim? Você é tudo para mim.

Uma do Namjoon (RM)
Intro: What Am I to You. A primeira vez que ouvi essa música foi durante a Bang Bang Con em abril e nunca vou me esquecer do impacto. Namjoon não se chamava de Rap Monster à toa e, por mais que o nome artístico seja too much (e ele mesmo já admitiu isso), vendo essa apresentação a gente meio que passa a considerar o nome justificável. O mais impressionante é que demorei uns instantes para perceber que ele estava completamente sozinho no palco durante a apresentação e tinha milhares de pessoas assistindo e ele estava com cada uma dessas pessoas na palma da mão dele. Essa música me fez entender a presença que é o Namjoon. Ele é um líder, sem sombra de dúvidas. Mas, mais que isso, me arrisco a afirmar que ele é a alma do BTS. Cada um dos outros integrantes tem um pedacinho dele também. Sobre a música, digo que What Am I to You passa longe do RM good vibes, intelectual eloquente e paizão dos outros integrantes. Aqui ele é um cara que está profundamente abalado pela crush que não está mais dando bola para ele e não responde as suas mensagens e a situação toda faz ele se sentir um lixo. Namjoon está boladão e a gente sente o seu sofrimento.

Merece um MV
Dionysus. Essa música é completamente diferente de tudo que já ouvi, ainda que tenha elementos familiares. A letra fala sobre estar ou ficar bêbado, mas não necessariamente apenas de álcool. É também sobre fama, arte, sucesso, trabalho e, para quem acompanha, sobre consumir tudo isso. Há também umas referências ao deus grego Dionísio. Tem muita coisa acontecendo nessa música e as performances deixam tudo ainda mais frenético. A presença de palco de todos os integrantes é absurda, especialmente da rap line. É uma ótima música, com uma ótima coreografia e acho que seria bem legal se tivesse um MV com um conceito meio Grécia Antiga para acompanhar. 

Um solo do Jimin
Lie. Jimin é, para mim, um dos integrantes mais marcantes do grupo. Digo isso porque a sua evolução e transformação enquanto artista ao longo dos anos é uma das mais fáceis de notar uma vez que você começa a prestar atenção no BTS. O talento do Jimin sempre esteve presente desde o debut, mas acho que ninguém estava preparado para o que veio na fase Wings. Ouso dizer que a era é até hoje a mais ousada do grupo, aquela que proporcionou uma possibilidade de mostrar algo diferente ao mesmo tempo em que retratava uma busca por um novo caminho. É uma fase de transição, reflexão e de libertação - pelo menos é assim que eu enxergo - e dos solos, creio que o do Jimin é o que melhor representa esses elementos. A música começa de um jeito meio misterioso e dramático e vai evoluindo de forma bem envolvente. Gosto muito dos vocais e da maneira como ele canta, principalmente no refrão. Jimin consegue transmitir toda a sensação de desespero e angústia que a música carrega.

Quero na tour
Silver Spoon. Não sei explicar, só sei sentir. Essa música é ótima, é zoeira, os meninos estão o puro sarcasmo e isso se reflete até na coreografia. Já é bem legal assistir as performances de Silver Spoon da época em que foi lançada, mas as mais recentes ganham um peso ainda maior quando a gente sabe de tudo o que os integrantes passaram para chegar onde chegaram. Mas sério, essa música é uma farofada sem fim. AMO DEMAIS e quero em todas as tours do mundo pós-pandemia.

Solo do Seokjin (Jin)
Moon. Jin é o visual do BTS, mas ele é muito mais do que apenas um rostinho bonito. Com um ótimo senso de humor, ele não demora muito para cativar os novos fãs. Até nas entrevistas internacionais nas quais ele não sabe muito bem como se comunicar, ele encontra uma forma de espalhar seu amor e aquecer os nossos corações. Apesar de ser um dos mais brincalhões e um amado fake maknae, como membro mais velho, ele sabe os momentos em que precisa impor respeito e mostrar seriedade e isso fica evidente nos seus solos. Tenho para mim que o Jin é o integrante mais romântico e, por isso, ele sabe entregar baladas emocionantes e cheias de sentimento. Seus solos são sempre os meus preferidos nos shows, pois suas performances são sempre perfeitas e deixam um impacto duradouro em quem assiste. Como gosto de todos, foi difícil escolher um solo preferido, mas escolhi Moon por ser o mais recente e também mais animado. Sinto que o Jin é o integrante com um gosto musical mais parecido com o meu, porque essa música me passa uma vibe One Direction muito boa e a letra é lindinha, romântica e cheia de metáforas com a Lua, a Terra e as estrelas.


Não ouço faz tempo
  • Ma City - amei instantaneamente e já considero pakas, vai para a minha playlist de verão. (Versão em estúdio)
  • Blood Sweat & Tears - UM HINO perfeito, sem defeitos, jamais errou. (Versão em estúdio)
  • Boy In Luv - eu sou muito vendida para o BTS adolescente rebelde e com jeito de emo. (MV Choreography Version)


Solo do Yoongi (Suga)
Interlude: Shadow. Suga é o pisciano do grupo e por isso gostei dele instantaneamente, mas entendo quem se intimida em um primeiro contato. Apesar da aparência fofa, ele é o que poderíamos chamar de savage. Por vezes meio azedinho, ele é direto e fala o que pensa. Suga é sincerão e adoro isso na personalidade dele. É muito complicado se manter autêntico quando se é jovem, ambicioso e parte de uma indústria que tem a tendência de abolir qualquer traço de originalidade dentro de você. Assim como Namjoon, Suga veio do cenário do rap underground e acho que nem nos seus piores pesadelos adolescentes imaginou que faria parte de um grupo idol, então foi muito difícil lidar com a sensação de que estava traindo a si mesmo no início da carreira do BTS e ele nunca escondeu que era assim que se sentia e até fala sobre isso em suas músicas. Assim, gosto muito da reflexão que ele se propõe em Shadow enquanto analisa seus sete anos de carreira, suas conquistas e sonhos realizados, ao mesmo tempo em que conclui que a fama, o sucesso e o dinheiro não resultam necessariamente em felicidade. Suga chegou ao topo e não gostou tanto assim do que encontrou, apesar de não se opor ao conforto e aos privilégios que o seu estilo de vida lhe propõe. Ele também não faz questão de esconder isso dos fãs e isso me faz respeitá-lo ainda mais.

Uma das principais características do BTS é o fato de que eles falam sobre o que sentem e mostram suas vulnerabilidades. Suga, por lidar há anos com depressão, fala sobre isso nas suas músicas. Parte do que me faz amar Shadow - a melhor música do Map of The Soul: 7 e quem discorda está errado - é a fragilidade que Yoongi mostra ao admitir que sente medo de estar na posição em que se encontra e, ao mesmo tempo, sente medo de perdê-la também. E apesar disso, ele segue em frente porque sabe que é isso que ele precisa fazer porque a sua música e a mensagem que ele transmite com a sua arte ajudam milhares de pessoas pelo mundo e isso já é o suficiente para ele. Suga tem um coração de ouro. <3


Me inspira

ON. A música que conheci quando a quarentena começou e me fez ouvir BTS de verdade. Lembrando disso agora, quase sete meses depois, começo a achar tudo bastante poético. Como mencionei acima, uma das principais características do grupo é a sinceridade com a qual eles falam sobre seus problemas, angústias e desafios lidando com a própria saúde mental. Em ON, mais uma vez, os integrantes se mostram vulneráveis, reconhecem que a dor está presente e, mesmo que ela desapareça, pode sempre voltar. E quando voltar, eles estarão preparados para lutar com a cabeça erguida, pois são os garotos à prova de balas e nada pode derrubá-los. É uma música poderosa, que nos faz acreditar que podemos enfrentar o que quer que seja que apareça em nosso caminho. Fico feliz que seja um dos lançamentos mais recentes do grupo e que, mesmo sem a intenção, acabou se tornando um conforto para todo mundo (acho que até para os BTS) durante a pandemia. Por conta da situação do planeta, não pudemos assistir à nenhuma performance da música em turnê, mas como o grupo esteve nos Estados Unidos pouco antes do início do isolamento social, temos a performance no The Tonight Show para nos consolar enquanto dias melhores não chegam.

(Podemos combinar de fingir que o feat. com  a Sia nunca aconteceu?)

Solo do Jungkook (JK)
Euphoria. O álbum Love Yourself: Answer é o meu preferido do BTS e não consigo pensar em uma música melhor para abrir o disco e dar o tom do que vamos encontrar por pouco mais de 60 minutos. Sonoramente, é uma faixa mais tranquila e que traz vocais mais suaves do Jungkook. É impossível ouvir e não se deixar invadir por uma sensação de paz e good vibes. A letra é poética e meio enigmática, fala sobre se sentir em um estado meio de sonho e vagar em busca de alguém que lhe causa euforia. A vida dos idols é bastante reservada e não temos muitas informações que ajudem a interpretar as letras das músicas, a não ser que eles compartilhem. Então só resta especular. É possível que ele esteja falando sobre ter encontrado alguém em meio à vida agitada e ocupada que leva e que essa pessoa é alguém com quem ele pode ser ele mesmo e viver em uma utopia. Há também a possibilidade de ele estar cantando para os fãs. Todo mundo que começa a acompanhar o grupo e a pesquisar mais sobre os integrantes acaba descobrindo que o Kookie ama os fãs (ele tatuou ARMY no corpo dele, gente!) e as performances de Euphoria na turnê Love Yourself mostram isso. O estilo de vida popstar é bastante solitário e é natural que os artistas anseiem por encontrar alguém que os entenda e os aceite como eles são de verdade. Fico feliz que o Jungkook, que começou a sua carreira tão jovem e sacrificou toda a sua adolescência por trabalho, tenha encontrado essa (s) pessoa (s) com quem se sente seguro e eufórico. Jeon Jungkook é o nosso golden maknae, um tesourinho da humanidade e merece o mundo. <3


MV favorito
  • FAKE LOVE (Extended Version) - de novo no desafio porque é a minha música favorita e o clipe da versão rock é o melhor de todos;
  • Spring Day - esse clipe é lindo de um jeito melancólico, um dos meus preferidos mesmo
  • Blood Sweat & Tears - o clipe dessa música é PERFEITO SEM DEFEITOS NUNCA ERROU; meu preferido do BTS
  • DNA - MASTERPIECE! AMO!; 
  • Danger - BTS adolescente rebelde dançando no metrô. AMO. E essa música transpira Michael Jackson, o que me faz amar tudo nela ainda mais; 
  • Outro: Ego - clipe do bias, né. 
  • ON - porque sim, porque óbvio. Eu amo esse clipe <3

Canto em voz alta
Boy With Luv. Lembro da empolgação no Twitter quando essa música saiu no ano passado, mas dessa vez eu meio que ignorei e só fui ouvir há alguns meses. Confesso que a princípio, só achava uma música ok, longe de ser uma das melhores do grupo e é bem possível que seja isso mesmo, mas com o tempo, comecei a ter um carinho por ela e sempre fico feliz quando ouço. Acho que é porque é uma música leve, good vibes e inofensiva. É o BTS explorando um conceito mais fofinho e diferente do que já tinham feito e gostei do resultado. A melodia é do tipo grudenta e, por isso, não há outra opção além de ficar cantarolando em voz alta, principalmente o refrão "oh my my my, oh my my my". É uma música gostosinha.

Não falta na playlist
Todas já mencionadas e mais algumas: I Need U, IDOL, Not Today, Burning Up (Fire) - ICÔNICA DEMAIS, Trivia: Just Dance (outra do bias por motivos óbvios), Best Of Me, No More Dream (CLÁSSICA!), Waste It On Me (tecnicamente, essa música é do Steve Aoki, mas coloquei aqui porque ela não sai da minha playlist e a parte do Namjoon é TUDO PARA MIM).

***

Links adicionais:

Se você chegou até aqui, parabéns e muito obrigada! Espero que esse post tenha te alegrado de alguma forma ou te proporcionado algum tipo de consolo. A vida tá difícil e o mundo está assustador, mas vai passar. Até lá, stay gold! ❤

29 de agosto de 2020

Respondendo perguntas sobre Michael Jackson | Michael Jackson Day 2020

Depois de dois posts mais ~reflexivos e ~pesados - e que exigiram mais de mim nesses tempos de caos, me deixando exaustinha mentalmente - decidi atualizar o blog com um post mais animado. E como desconheço maneiras de me animar com o blog que sejam diferentes de falar das coisas que gosto, bom...é isso que farei hoje. Eu não estou mais no Twitter, mas acho que todo mundo que me acompanhava por lá pelos últimos anos deve saber que o Michael Jackson é o meu artista favorito da vida e, aproveitando que 29 de agosto é o dia em que o fandom celebra o Michael Jackson Day em homenagem ao aniversário do Rei do Pop, decidi me redimir por não falar tanto dele por aqui como falo de outros assuntos.

Vasculhando a pasta de rascunhos, encontrei um meme que nunca respondi e resolvi adaptar e acrescentar algumas perguntas para deixar a brincadeira mais interessante. Infelizmente, não consegui encontrar o link para o meme original.

Quando você se tornou fã de Michael Jackson?
Apesar de não lembrar exatamente quantos anos eu tinha quando conheci as músicas do Jackson 5 e Michael Jackson ser um artista do qual ouvi falar desde que era bem pequena, me tornei fã já na adolescência. Eu tinha 15 anos e foi depois que meu pai chegou em casa com o DVD Number Ones. Por alguma razão que não recordo, não fui para a escola no dia seguinte e tenho a sensação de ter passado o dia todo de pijama comendo Nescau cereal enquanto assistia aos videoclipes na coletânea. Foi desse jeito que me tornei fã; não vi uma entrevista, não vi uma performance, felizmente não estava acompanhando o noticiário do fatídico ano de 2005 e é isso aí. Fiquei completamente encantada pelo artista, pela voz, pelas músicas, pela magia. Virei fã de um jeito meio instantâneo.

Por que você ama tanto o Michael Jackson e/ou o que você mais gosta a respeito dele?
Olha, são muitos os artistas que eu admiro, mas são poucos aqueles dos quais me considero fã. Então, é sempre meio difícil de explicar o porquê de amar esses artistas e com Michael Jackson não é diferente. Acho que o que mais me fascina nele e é o tanto que ele é capaz de nos tocar. É um encantamento bem puro, meio que inexplicável. Creio que isso aconteça porque ele era muito sincero com o que fazia e com seus fãs. Dá pra sentir que ele acreditava na mensagem que tentava levar às pessoas e que ele se sentia muito feliz e preenchido por poder levar alegria e algum tipo de paz para as pessoas por meio de de suas músicas e performances. É admirável quando alguém se dedica muito a um trabalho e como resultado atinge muito sucesso e prestígio, mas acho ainda mais louvável quando alguém usa esse resultado como uma forma de fazer algo de bom para outras pessoas. Michael Jackson não precisava usar toda a sua visibilidade com o intuito de trazer algum impacto positivo para o mundo além de sua música, mas ele a usou mesmo assim. Ele acreditava que não era correto - ou até mesmo justo - que alguém fosse tão abençoado e não compartilhasse isso com quem não teve a mesma sorte. E esse tipo de pensamento não era algo falso, forjado só para a imprensa ou para passar uma boa imagem. Tem relatos de atitudes bem altruístas dele desde que era criança, então era algo da natureza dele mesmo. Ele realmente queria tornar o mundo um lugar melhor e fez tudo o que estava ao seu alcance para ajudar nesse objetivo. Ele foi um ser humano bem inspirador.

Como artista, acho que o que mais gosto nele é a dedicação e a enorme capacidade de enxergar além do óbvio. Ele gostava de se desafiar, tentar coisas diferentes e, como consequência, acabava inovando. Ele era um sonhador e acreditava que tudo era possível, bastava acreditar. Ele conhecia bem o público e por saber entreter desde muito jovem, ele carregava a audiência na palma da sua mão. Os shows dele, além de muito bem elaborados, eram também espetáculos que permitiam um escape momentâneo da realidade, quase como se fossem sonhos mesmo. Ele era único e insubstituível.

Qual é o seu álbum favorito? 
Dangerous. Há um tempo cheguei a cogitar a possibilidade do Bad ter tomado o seu lugar, mas não adianta. Dangerous foi o primeiro álbum do Michael que considerei meu favorito e permanece assim até hoje, apesar de eu amar toda a sua discografia na fase adulta. Além de muitas das minhas músicas favoritas estarem no álbum, também gosto muito do que ele representou na carreira do Michael. Foi o seu primeiro trabalho sem o envolvimento do Quincy Jones depois de uma parceria muito bem sucedida de três álbuns. Aqui temos um Michael Jackson que já passou dos trinta anos, não precisa provar mais nada para ninguém, atua como produtor de todo o álbum e, além de trazer elementos de R&B, pop e rock -,  já conhecidos em seu trabalho - decide inovar incorporando também o new jack swing. As faixas funcionam bem de forma separada, mas o álbum é uma experiência maravilhosa quando a gente ouve na íntegra ou até em loop. Dangerous é um dos melhores álbuns que já ouvi, é um dos meus favoritos da vida.

Qual é o álbum de que menos gosta? 
Para ser sincera, vou ignorar a discografia infantil. Não porque ache ruim, mas porque nunca ouvi "de verdade", uma vez que conheci a maioria das músicas dessa fase em coletâneas. E já que não saberia responder levando em consideração os álbuns da fase adulta, já que gosto de todos e creio que cada obra traga algo de especial, só me restam os trabalhos póstumos e, nesse caso, a única resposta possível é o álbum Michael, de 2010. Tirando o fato de que Michael Jackson era MUITO CRITERIOSO com suas músicas e só lançava aquilo que tinha 100% de certeza de que estava perfeito e que o público iria gostar -  o que já torna toda a ideia de lançar músicas que ficaram arquivadas e não foram finalizadas bem peculiar -, tem também o ABSURDO de que a Sony teve a audácia de mentir e lançar faixas que NÃO SÃO CANTADAS por Michael Jackson. Acho isso um desrespeito tão grande com os fãs, mas principalmente com o legado de um artista, que nem sei o que pensar e sigo só bem espantada mesmo.

Você tem uma era preferida? Se sim, qual e por quê?
Gosto muito da era Bad e acho que é a minha preferida. Acho que o que mais me faz gostar dessa fase é o fato de que, para mim, foi aqui que nasceu o Michael Jackson artista solo de verdade, o Rei do Pop que a gente conhece. Sim, Thriller é um baita álbum e é, indiscutivelmente, o maior marco da carreira dele. Mas ali ainda tinha muito do Michael dos Jacksons, o álbum inclusive nem chegou a ter uma turnê própria (o maior álbum de todos os tempos não teve uma turnê própria!!!!) e seus hits eram apresentados na Victory Tour. Já em Bad, Michael Jackson não só deu o seu primeiro passo completamente desvinculado do grupo que formava com os irmãos - ele saiu de vez -, como também se consolidou como o artista solo mais bem sucedido de sua época (e talvez de todos os tempos). Em termos artísticos, também acho que foi nessa fase que ele mais ousou até então, fugindo completamente do tipo de música pelo qual já era conhecido - acho que apenas a faixa-título se aproxima de algo que as pessoas da época esperavam dele - e explorou gêneros com os quais ainda não havia trabalhado. Os videoclipes dessa fase também são marcantes e continuaram inovando.

No aspecto mais pessoal, acho que nessa época Michael Jackson era, provavelmente, o homem solteiro mais ~interessante de Hollywood, não só porque ele era bem sucedido, bem relacionado e, bem, muitíssimo rico, mas também porque acho que foi nessa fase que ele encontrou o seu melhor visual. Digo sem ressalva ou receio alguns que Michael Jackson na fase Bad era um homão. Além disso, era quase como se ele fosse inabalável, sabem? Como se tivesse super poderes ou algo assim. Acho que essa foi a última fase em que ele conseguiu ser ele mesmo, com suas particularidades e excentricidades, sem ser completamente massacrado pela mídia. É quase como aquele último momento antes de sua vida se tornar um pesadelo.

Quais são as suas cinco músicas preferidas? Se quiser, pode fazer como top 5.
Não vou fazer top 5 porque já é difícil escolher cinco músicas sem precisar decidir qual delas é a melhor. Então, sem pensar muito, as cinco primeiras em que consigo pensar: Black or White, Smooth Criminal, Earth Song, Will You Be There e Man In The Mirror. Peço mil desculpas para todas as outras músicas maravilhosas que foram excluídas da brincadeira.

Qual é a sua letra preferida?
É difícil escolher apenas uma, então vou citar três:

  • Man In The Mirror - mesmo não sendo composição do Michal, gosto muito de como ele tornou a música dele e qualquer pessoa que preste atenção vai perceber que essa é uma das músicas mais Michael Jackson de seu catálogo. A letra é simples, mas carrega um significado enorme e seria lindo se todas as pessoas conseguissem colocar em prática o que ela diz e se tornassem as mudanças que gostariam de ver no mundo. A gente estaria em uma situação muito melhor em 2020 se as pessoas aprendessem a olhar para além do próprio umbigo.
  • Is It Scary - essa é uma música mais lado b, mas é uma das que considero mais bem escritas e mais pessoais do Michael Jackson. Queria muito que ela tivesse se tornado single, pois não só é muito boa de ouvir (é um hit, meus caros) como também revela um lado bem humano dele. Michael Jackson costumava ser um cara da paz, do tipo que não rebatia as críticas com ódio e preferia espalhar amor pelo mundo. Mas isso não quer dizer que ele não se afetava com o que falavam sobre ele ou com o que acontecia com a sua vida. Na maioria das vezes ele só queria poder viver de um jeito mais normal e, ao mesmo tempo, não entendia muito bem o porquê da enorme obsessão das pessoas e da mídia em relação à ele. Então aqui ele meio que cria esse cenário meio gótico que parece de história de terror, mas critica de um jeito meio sarcástico e cheio de classe (muito fino, gente) aqueles que o atacavam, deixando muito claro que aquilo que diziam sobre ele revelava mais sobre eles do que sobre Michael Jackson. Essa música é perfeita.
  • They Don't Care About Us - definitivamente a letra mais poderosa, mais impactante e, infelizmente, mais atual. Gosto de como Michael é direto, expondo o racismo na sociedade e, em alguns trechos, se utilizando da própria vivência como homem negro para fazê-lo. Não importa quem você é, as suas conquistas, o tanto que você trabalhou e, no caso dele, o valor de sua conta bancária: se você é negro, a sociedade vai te tratar de forma diferente, você será marginalizado e, no fim, ninguém realmente se importa. É uma letra bem triste.

Qual é o seu videoclipe preferido?
Black or White, porque foi assistindo ele naquele dia que não fui para a escola que percebi que amava Michael Jackson e que tinha "descoberto" um artista muito especial. Até hoje, é o videoclipe dele que mais assisto e aquele que sempre coloca um sorriso no meu rosto. A música transpira anos 90 e tem o Macaulay Culkin no vídeo, sabem? Não tinha como eu não amar.

Qual é o seu vídeo preferido do Michael Jackson no Youtube?
A matéria/entrevista feita por Geraldo Rivera em 2005 para a Fox News. Na época, Michael enfrentava o fatídico episódio do Caso Arvizzo, seu julgamento se tornou um circo midiático e as coisas que eram ditas sobre ele nos veículos de comunicação - principalmente os dos EUA - eram verdadeiras monstruosidades. O momento era realmente ruim, o pior da vida de Michael Jackson e a gente sabe que ele nunca se recuperou totalmente do pesadelo que enfrentou naqueles meses. E é justamente por isso que gosto dessa entrevista e tenho um enorme respeito por Geraldo Rivera, pois o que ele fez nessa matéria foi o trabalho que um jornalista de verdade deveria fazer. Ele não só traz os fatos, como também não tem nenhum receio de expor a sua opinião, mesmo que ela fosse impopular na época. Além disso, durante a entrevista, ele demonstra muita empatia e trata Michael Jackson, vejam só vocês!, como um ser humano. Gosto muito da conversa entre os dois. Gosto de como Rivera deixa Michael se expressar sem julgar o tempo todo, sem o deixar nervoso ou constrangê-lo de alguma forma. É o completo oposto da entrevista com a Oprah em 1993 e, por isso, aqui conseguimos enxergar o Michael Jackson de verdade, o homem por trás das controvérsias e dos espetáculos. A gente enxerga um cara bem humano, que sabe o seu papel no mundo e que mesmo em um momento de dificuldade, se mostra resistente e se defende de forma graciosa e cheia de gentileza. Michael Jackson nunca precisou se defender de ódio com mais ódio e acho que isso sempre foi um incômodo pra muita gente.

Se você tivesse a chance de conhecer o Michael Jackson, qual seria a sua reação?
Normalmente, sou bem controlada quando conheço pessoas que quero muito conhecer, mas acho que nesse caso a situação seria bem diferente. Acho que eu ficaria meio paralisada e não saberia muito bem como reagir...? Provavelmente, iria começar a sorrir e pedir um abraço; e faria tudo isso meio que chorando, porque seria surreal demais. Se tivesse mais tempo, acho que eu iria conseguir me acalmar - até porque eu acho que o Michael era uma pessoa que tentava acalmar os fãs de alguma forma - e aí, tentaria conversar com ele um pouco.

Por fim, se você pudesse dizer qualquer coisa para ele, o que você diria?
Oi, Michael. Muito obrigada por sua música e por sempre nos inspirar a sermos melhores pelo mundo e pelas pessoas ao nosso redor. Eu sinto muito por tudo o que te fizeram - e fazem - passar e por todo o sofrimento que isso lhe causou. Eu realmente sinto muito. Fique bem onde quer que você esteja. Te amo.

Antes de concluir o post, vou deixar aqui os links para as minhas duas playlists de Michael Jackson no Spotify:

  • Michael: para conhecer - É uma mistura de músicas conhecidas com outras mais lado b e que eu acho que todo mundo deveria conhecer. Ao mesmo tempo, também são faixas que, de alguma forma, trazem algo de mais pessoal e que, por isso, nos revelam um pouco de quem era Michael Jackson e nos permitem conhecer um pouco mais sobre ele.
  • Michael para dias tranquilos - É uma seleção de músicas mais calmas com temáticas variadas e todas me trazem uma sensação de paz. Recomendo ouvir no fim do dia.

20 de julho de 2020

Golem e o Gênio (Helene Wecker)

Uma das minhas metas de leitura para 2020 era ler um livro que me intimida e o escolhido foi Golem e o Gênio, de Helene Wecker, lançado aqui no Brasil em 2015 pela Darkside. Mesmo sabendo que o livro é um romance histórico com fantasia, o que me intimidava era o tamanho. Já cheguei a comentar que, de uns tempos pra cá, comecei a sentir medo de livros com mais de 500 páginas e, mesmo quando sei que posso gostar, sempre acabo deixando a leitura desses livros para outro momento.

Contudo, durante esse isolamento social e a constante sensação de incerteza, senti que a hora de tirar esse calhamaço da estante havia chegado. Logo nos primeiros capítulos, já fiquei intrigada e curiosa para saber o que iria acontecer na história. 


Aqui somos transportados para Nova Iorque, logo após a virada do século XX e conhecemos as histórias da golem Chava e do gênio Ahmad. Ambos chegam à esse cenário de maneira inusitada. Ela, uma criatura de barro criada por um rabino, desperta em um navio e, após a morte de seu mestre, chega à cidade sem saber como se comportar, em quem confiar e, de forma geral, o que fazer com sua vida. Ele, uma criatura do deserto sírio muito poderosa, ficou preso em uma garrafa por mil anos e, após despertar inesperadamente na oficina de um ferreiro, não consegue compreender quem ou o que está por trás de sua prisão em forma humana e não faz ideia de como se libertar. Eventualmente, os dois personagens se conhecem e, por meio de suas experiências e conversas, a autora nos apresenta à uma parte de Mahattan que foi construída por imigrantes. Além das histórias de Chava e Ahmad, por meio das histórias de outros personagens que vivem nesses bairros, podemos conhecer um pouco da realidade desses imigrantes, assim como aspectos das culturas árabe e judaica.

Apesar de ser considerado um livro de fantasia, gosto de pensar em Golem e o Gênio como um romance histórico com elementos sutis de fantasia. A forma como a autora insere os elementos mágicos na narrativa me lembrou um pouco o que acontece em O Circo da Noite, de Erin Morgenstern. A fantasia está ali, mas não é o foco principal. Ainda que Ahmad e Chava sejam capazes de realizar feitos fantásticos, seus conflitos e suas motivações são bastante humanas e, consequentemente, bastante reais. 

Essa é, definitivamente, uma história sobre personagens e, por isso, sinto que o ritmo mais lento talvez seja um empecilho para quem procura uma leitura com mais ação. O que mais manteve o meu interesse na leitura foi o fato de a narrativa não ser totalmente linear. Os capítulos, divididos entre personagens de forma intercalada, também apresentam momentos de flashback nos quais conhecemos o passado de muitos deles. Creio que essa estrutura funcionou para que o leitor possa compreendê-los melhor, assim como os acontecimentos que os levam a agir como agem. Ainda sobre a narrativa, vale destacar as descrições que a autora faz da cidade, suas ruas, parques e casarões. É possível se sentir completamente transportado para a Nova Iorque daquele período e adorei esse aspecto imersivo.

O livro encerra de forma satisfatória e a história traz uma conclusão, ainda que deixe alguns pontos em aberto. É possível parar por aqui, mas se o leitor sentir vontade de continuar acompanhando os personagens, uma continuação foi anunciada. The Iron Season tem a publicação prevista para 2021, mas ainda não sabemos quando chegará aqui no Brasil.